Novamente, o tema de encerrar o acesso ilimitado às redes sociais, especialmente o WhatsApp, entra nos assuntos comentados pelas operadoras. Dessa vez, após a defesa da Vivo em acabar com o “zero rating”, a TIM também reforçou seu posicionamento, afirmando que a tendência é encerrar a oferta.
De acordo com o presidente da TIM Brasil, Alberto Griselli, em entrevista ao Globo, a tendência é oferecer o benefício de assinatura gratuita dos serviços de streaming em detrimento de opções ilimitadas de aplicativos que não consomem dados da franquia, como WhatsApp.
Destacando que o WhatsApp deixou de ser apenas um aplicativo para envio de mensagens, Griselli explica que a “A tendência é tipicamente mais para assinatura e menos para franquia de dados. Hoje, com o cenário competitivo, está crescendo o volume de dados nos pacotes”.
“Se você pegar o tráfego embutido nos planos, você verá que as operadoras incluíram alguns desses serviços dentro do zero rating (prática de não descontar dados da franquia). O WhatsApp, por exemplo, há alguns anos era só mensagem e hoje é muito mais que isso e consome mais. No trade off (na troca) dos benefícios que estamos dando aos clientes, a gente sempre avalia o peso do benefício versus a natureza do cliente que usa. Anos atrás, tiramos o Facebook”, afirma.
O mercado está se transformando, ainda mais com a chegada do 5G. O executivo fala do serviço de streaming, que foi incluído nos planos da TIM em 2018. Além disso, com a possibilidade de incluir games nesses pacotes, há um bônus de 50% no pacote de dados por mês.
Paulo Esperando Junior, diretor de Marketing da TIM, complementa ao dizer que “O uso do cliente aumentou também. O cliente que migra do 4G para o 5G passa a usar de 40% a 50% mais de dados por mês. Por isso, é importante essa adequação para entregar o serviço ideal para o cliente”.
Isto é, com as mudanças mercadológicas e de consumo dos clientes, a operadora passou a incluir novos serviços em seus pacotes, como banco digital, educação e saúde com telemedicina. “A ideia é construir benefícios múltiplos aos clientes com alguma utilidade. E escalamos de um serviço mais básico para eventualmente pagar um valor por isso. Essa é a nossa estratégia. E entretenimento entra nisso”, diz Griselli.
O fim do uso ilimitado do WhatsApp está sendo analisado pelas operadoras há algum tempo, mas o tema ganhou mais força depois que o presidente da Claro Brasil, José Felix, declarou que o benefício foi um erro por parte das companhias de telecomunicações. A Vivo também declarou que o benefício pode acabar.
Dessa forma, a probabilidade das operadoras retirarem o acesso ilimitado ao WhatsApp fica cada vez maior. Vale lembrar que outros apps também já foram parte do “zero rating”, como o Facebook.