De acordo com dados apresentados hoje, 16, por Paulo Bernardocki, diretor de soluções de rádio da Ericsson, o Brasil está muito abaixo do que acontece na China, na Coréia, no Japão, nos EUA ou na União Europeia, em relação a velocidade de implementação do 5G, embora esteja acima do que foi determinado no edital do leilão.
No Brasil, há apenas 7 estações radiobase para cada 100 mil habitantes, enquanto que nos EUA são 30 ERBS, e no Japão, são 40. Na União Europeia, 69. E na Coreia, incríveis 415. Os números foram retirados de um estudo da EU 5G Observatory. No total, os brasileiros contam com 14,5 mil antenas 5G instaladas. No Japão são 50 mil. A China é o país com o maior número de antenas, totalizando 2,29 milhões ERBs.
Bernardocki aponta que em quantidade de acesso o Brasil também está atrás, sendo que em junho atingiu 11,4 milhões de usuários do 5G. A base de usuários representa 5% dos celulares do país, sendo 12% a 17% se consideradas apenas cidades com o sinal ativo, notou a fornecedora. O Japão está mais perto do Brasil, com 14 milhões de acessos, depois vem a Coreia, com 25 milhões. A Europa tem 31 milhões de usuários, os EUA, 79 milhões, e a China, 357 milhões.
A expectativa é que até o fim do ano, ocorra a penetração de 20 milhões de usuários, segundo o executivo. Em termos relativos, o Brasil tem 5,6 mil assinantes 5G a cada 100 mil habitantes. A Europa, 6,9 mil. O Japão tem 11,28 mil. Os EUA, 23,9 mil. A China, 25,4 mil. E a Coreia, 48,2 mil.
Quando se trata da cobertura, no Brasil, ainda não seria consistente e dependeria de franca evolução para suportar novos usos e receitas.
“A cada cem lugares, se encontra sinal em oito”, afirmou o executivo. Ele também fala do tráfego móvel no mundo, que vai crescer puxado pelo 5G nos próximos cinco anos, e tende à estagnação até 2027 do tráfego nas gerações anteriores (4G, 3G, 2G), e queda a partir de 2028.
O CEO da Ericsson para América Latina Cone Sul, Rodrigo Dienstmann, afirmou que “O 5G ainda está muito focado na prestação do serviço básico, de banda larga móvel, mas as possibilidades da tecnologia são muito maiores”. Por exemplo, acesso fixo sem fio (FWA) 5G, novas aplicações baseadas em vídeo, realidade estendida (XR), gaming e também redes privativas, além de possíveis novas ofertas baseadas em desempenho, serviços exclusivos e diferenciação.
Quando se trata da “killer application”, Bernardocki aponta que não se pode esperar por uma. “Não se pode esperar a chegada de uma killer application, o grande desafio é já abocanhar essas possibilidades“, apontou Bernardocki.