Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) e suas ramificações têm exercido um impacto significativo no cenário tecnológico, gerando tanto avanços notáveis quanto uma série de polêmicas à medida que sua popularidade cresce.
No contexto da América Latina, destaca-se o Brasil como líder no aproveitamento da IA, como apontado por um estudo realizado no ano anterior pela empresa SAS em parceria com o IDC.
Os dados revelam que 63% das empresas brasileiras incorporaram aplicações baseadas em IA, contrastando com a média de 47% registrada na região latino-americana como um todo.
Além disso, a pesquisa ressaltou que 90% das organizações do país estão investindo em dados e ferramentas analíticas para identificar tendências e padrões de consumo.
Helder Ferrão, Gerente de Marketing de Indústrias para a América Latina na Akamai Technologies, fez uma análise sobre o cenário. Ele observa que os criminosos virtuais estão, de fato, capitalizando os avanços da IA para aprimorar suas táticas, especialmente no que diz respeito a contornar sistemas de autenticação.
“Paradoxalmente, o avanço de qualquer tecnologia pode gerar o avanço das técnicas maliciosas que exploram brechas ou ‘sofisticando’ técnicas para o seu uso desonesto”.
Conforme a IA continua a evoluir, torna-se imperativo que os desenvolvedores e as organizações reforcem os esforços. Sendo assim vão não apenas explorar suas potencialidades positivas, mas também implementar medidas robustas de segurança.
O desafio reside em aproveitar os benefícios da IA enquanto se constrói uma defesa sólida contra suas ramificações negativas, garantindo um futuro tecnológico mais seguro e confiável para a América Latina e além.
Veja 5 formas práticas do uso da AI por criminosos no Brasil e em outros locais
- Uso indevido de deepfake: IA cria falsas vozes e vídeos para obter dados sensíveis como chaves bancárias e contas sociais.
- GANs para autenticações falsas: hackers usam GANs (rede adversária generativa (Generative adversarial networks)) para replicar autenticações biométricas, como impressões digitais, para burlar sistemas.
- Phishing sofisticado com IA: Ataques de phishing personalizados usam IA para criar mensagens convincentes, com links e anexos maliciosos.
- Força bruta aprimorada por IA: Criminosos usam IA para melhorar ataques de adivinhação de login, ajustando estratégias com base em tentativas anteriores.
- Imitação de padrões de comportamento: IA aprende e imita padrões de usuários, facilitando a passagem por verificações de autenticação em bancos e redes sociais.
Como se proteger
Ferrão sugere medidas de segurança em várias camadas para proteger usuários e empresas contra ameaças cibernéticas, incluindo investimentos em ferramentas adequadas.
“É interessante adotar a tecnologia de autenticação multifator (MFA) em todos os níveis, desde as contas do Whatsapp até em sistemas mais complexos. Também é importante considerar soluções de detecção de anomalias. Algo simples, porém importante, é o treinamento de colaboradores e usuários para que utilizem conscientemente seus dispositivos e saibam o suficiente sobre sua segurança, orientando-os como proceder em caso de atividade suspeita. Por fim, não custa manter-se sempre atualizado sobre as tendências tecnológicas e a evolução das ameaças cibernéticas, contratando e consultando os melhores parceiros quando necessário”, finaliza Helder.