Nos últimos dois anos a Desktop realizou 10 aquisições, e sua estratégia de aquisição de Internet Service Providers (ISPs) continuará, com foco na consolidação de suas operações no estado de São Paulo. Essa intenção foi compartilhada em uma conferência com investidores ocorrida hoje, dia 15. Durante essa conferência, os executivos da Desktop apresentaram os resultados financeiros do semestre.
O CFO da empresa, Bruno Leão, destacou que a empresa identificou várias oportunidades atraentes para adquirir ISPs a preços mais vantajosos, devido ao atual equilíbrio entre oferta e demanda no mercado. Ele expressou confiança em encontrar negócios sólidos que possam trazer valor significativo para a empresa.
De acordo com Bruno Leão, a Desktop enfrentou um desafio importante nos últimos tempos, que era valorizar novamente o preço de suas ações. No entanto, esse desafio foi superado com sucesso.
Ele explicou que a estratégia adotada pela empresa para alcançar esse objetivo foi a de adquirir ISPs e integrá-los rapidamente para fortalecer sua presença na rede já existente, em vez de expandir para novas áreas geográficas. Essa estratégia foi enfatizada pela aceleração no processo de incorporação dos ISPs adquiridos recentemente.
O CFO revelou que a incorporação das duas últimas aquisições, que são as empresas Netell e IDC, deverá ser concluída até o final do ano. Essa aceleração no processo de integração visou a antecipação dos benefícios sinérgicos, ou seja, a busca pela otimização das operações e economias resultantes da fusão das empresas.
Uma consequência inesperada dessa aceleração foi a ocorrência de um Imposto de Renda positivo no segundo trimestre do ano. Isso ocorreu devido a uma redução no Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (EBD) e um aumento no prejuízo da empresa consolidadora, causado pelos ágios associados às fusões e aquisições (M&A, sigla em inglês).
O CEO da empresa provedora de serviços, Denio Alves Lindo, explicou que a estratégia da empresa continua focada em utilizar as portas de conectividade disponíveis, em vez de priorizar a expansão do número de residências com infraestrutura (Home Passeds). Ele destacou que houve um crescimento mínimo de apenas 0,2% no número de residências com infraestrutura no segundo trimestre em comparação com o primeiro trimestre do mesmo ano, e essa tendência permanecerá constante ao longo do ano. Atualmente, a empresa Desktop possui uma cobertura de 4,2 milhões de residências.
Lindo ressaltou que a empresa enxerga oportunidades significativas tanto para crescimento orgânico (interno) quanto inorgânico (por aquisições ou parcerias).
No decorrer do trimestre, a empresa registrou um aumento de 46% na receita líquida em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, expandiu sua rede de banda larga de transporte (backbone) em 54 mil quilômetros e viu seu número de clientes crescer em 976 mil, um aumento de 37% em relação ao ano passado. A margem de EBITDA, um indicador da saúde financeira da empresa, atingiu 50%, e o endividamento ficou ligeiramente acima de R$ 1 bilhão.
O lucro líquido da empresa ao final do período foi de R$ 33 milhões, representando um salto impressionante de 460% em comparação com o valor registrado no mesmo período de 2022.