Devido a um acordo assinado com a Warner Bros. Discovery, a Netflix passou a disponibilizar séries antes exclusivas da HBO Max em sua plataforma. Recentemente, foi disponibilizado para os assinantes do streaming as séries “Ballers” e “Young Sheldon”. Entretanto, algo surpreendente tem acontecido.
Acontece que as produções superaram a popularidade de alguns lançamentos mais aguardados da própria Netflix, e garantiu uma grande destaque no Top 10 do streaming. Insecure, outra série da HBO Max, foi disponibilizada na plataforma vermelhinha no início de agosto, e garantiu bons números de audiências, chegando a figurar no Top 10, mas, logo em seguida, foi substituída por lançamentos mais recentes.
Ballers, uma produção de Dwayne Johnson, o The Rock, que é uma das mais populares da HBO Max, está fazendo sucesso na Netflix. Até o momento, é a série mais assistida pelos assinantes brasileiros da Netflix, à frente de hits como Império da Dor, Sorriso Real e Sintonia.
No Top 10, está também Young Sheldon que é um caso diferente, pois não é uma produção original da HBO Max. Na verdade, ela é exibida nos Estados Unidos pela emissora CBS. Entretanto, a Warner detém os direitos internacionais de transmissão, podendo inclusive, “emprestar” para outras empresas. Até agora, a série é a terceira mais assistida pelos assinantes brasileiros da Netflix, perdendo apenas para Ballers e para o documentário Johnny Depp x Amber Heard.
Mas afinal de contas, porque a Warner Bros. Discovery está “vendendo” suas séries para a Netflix, uma vez que ela possui sua própria plataforma de streaming: a HBO Max? A resposta pode estar na tentativa de contornar a greve dos roteiristas e dos atores americanos.
A greve dos roteiristas começou em 2 de maio, depois que o Sindicato de Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) e os principais estúdios não conseguiram chegar a um consenso referente a compensação, número mínimo de roteiristas e pagamentos residuais na era do streaming, entre outras questões. Eles também querem a regulamentação do uso de inteligência artificial, pois temem serem substituídos no setor de criatividade.
Em 14 de julho, atores representados pelo sindicato SAG também se juntaram aos roteiristas na greve, reivindicando também salários e questões da inteligência artificial. Com isso, a produção de programas de televisão e filmes com roteiro foram interrompidos, impactando assim os negócios em toda a órbita do entretenimento mundial.