De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), houve um salto de 18x na velocidade o acesso à internet no Brasil em apena cinco anos, sendo que em junho deste ano, a velocidade registrada era de 415 Mbps, enquanto que em 2018, era de 22 Mbps. Esse avanço é resultado da expansão das redes de fibra óptica, além da melhoria do backbone nacional.
Houve também um crescimento no número de clientes, mesmo que tenha sido menor. Conforme os dados oficiais, houve um salto de 30,4 milhões para 46,39 milhões, mas extraoficialmente, estima-se que o país tenha mais de 50 milhões de assinantes de banda larga. O cenário, portanto, é de crescimento de cerca de 53% da base de clientes, e de incríveis 1.786% na velocidade média contratada pelo brasileiro.
Assim como mencionado, esse crescimento resulta da expansão da fibra óptica, pois em 2018, ainda era predominante os acessos xDSL, baseados no cobre da telefonia fixa, e no cabo coaxial. Mas os provedores, independente do porte, apostam em equipamentos G-PON, de fibra óptica e começaram a oferecer o serviço com mais velocidade.
Além disso, a melhora na tecnologia das redes de transporte, a espinha dorsal (backbone) das redes, que agrupam grande massa de dados gerada e recebida nas residências, e que trafega de um ponto a outro do país ou do planeta.
A tendência é crescer ainda mais o segmento, e para acompanhar essa demanda, a arquitetura da rede de transporte está mudando, de acordo com Alexandre Salomão, country manager da fabricante Infinera no Brasil. A nova geração deixará de ter a camada de agregação do tráfego vindo das residências e das torres 5G.
“No 4G, uma torre precisa de um link de 10 Gbps. Com o 5G, os links são de ao menos 25 Gbps”, exemplifica o executivo.
Por meio do padrão modular chamado de ZR+ pela indústria – ou XR+, se for a solução específica da Infinera, o conteúdo será convertio diretamente por transceptores ópticos presentes nas antenas (ou em armários das redes fixas), encaminhado aos roteadores e então dirigidos aos data centers. É o conjunto desses transceptores que mantém as redes funcionando, com sua troca, será possível ampliar exponencialmente a capacidade.
A tecnologia anterior exige o dobro de transceptores, um componente caro. “Hoje, cerca de 70% do investimento em uma rede de transporte está nos transceptores”, calcula Salomão, que diz que uma operadora local é a primeira a testar a tecnologia XR+, mas não revela qual.