Na noite desta quinta-feira (10), a Oi divulgou seus resultados financeiros referente ao segundo trimestre do ano, onde reportou um prejuízo de R$ 845 milhões, alta de 69,9% no comparativo anual, embora tenha apresentando um crescimento em negócios estratégicos como banda larga fibra óptica e corporativo (B2B).
A Oi Fibra apresentou 15,3% de crescimento ano contra ano, fechando o 2T23 com uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão, mantendo crescimento duplodígito, desempenho positivo reiterado por mais de 20 trimestres consecutivos, segundo a empresa.
A base de clientes de fibra óptica da Oi atingiu 4,05 milhões de acessos, alta de 10%, após adicionar 60 mil acessos. A receita média por usuário da base de fibra foi outro elemento que avançou: 2,4%, para R$ 90,7 com a venda de pacotes com maiores velocidades. A Oi Soluções totalizou uma receita líquida de R$ 705 milhões no segundo trimestre, crescendo 2,8% ano a ano.
Os serviços legados totalizaram R$250 milhões em receitas, representando uma queda de 50,3% em um ano, sendo que 186 milhões oriundos do serviço de telefonia fixa. A receita líquida com subsidiárias foi de R$109 milhões no 2T23. o DTH à venda apurou outros R$ 267 milhões, em queda de 14,6% (já o passivo referente aos contratos de satélites teve despesa total de R$136 milhões no trimestre).
O CEO da companhia, Rodrigo Abreu, destaca que “Registramos avanço nos nossos principais indicadores tanto em fibra como no B2B. Isso nos ajuda a compensar quase que totalmente o grande impacto causado pela continuada e acentuada queda das receitas baseadas no STFC, que como temos dito, precisa ser equacionado como parte dos esforços de solução da concessão”.
No total, o grupo somou R$ 2,434 bilhões de receitas (-11,2% em um ano). A Nova Oi apresentou receita líquida de R$2,2 bilhões no 2T23, uma retração de 3,1% quando comparada ao mesmo período do ano anterior. O desempenho foi resultado da aceleração da queda de receita dos serviços legados (-50,3% | -R$253 milhões), que superou a expansão dos serviços core, como a Oi Fibra (+15,3% A/A | +R$146 milhões) e a Oi Soluções (+2,8% A/A | +R$19 milhões).
Financeiro
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) fechou o trimestre em R$129 milhões, redução de 66% em um ano. A queda anual e trimestral ocorreu, segundo a Oi, pela venda da UPI InfraCo a partir de junho de 2022, refletindo o crescimento dos custos de aluguel de rede que suportam o crescimento da operação de fibra.
Com efeito de R$ 308 milhões em depreciação e amortização e R$ 565 milhões de despesas financeiras, chega-se ao resultado líquido negativo de R$ 845 milhões no trimestre. No semestre, a Oi acumula R$ 2,112 bilhões em prejuízo contábil.
Houve também redução nos custos e investimentos, com um recuo de 2,1% em um ano, nos custos, totalizando R$ 2,3 bilhões. A despesa com pessoal somou um total de R$496 milhões no trimestre, queda de 2,1% em um ano.
No caso dos investimentos, foram reportados R$ 263 milhões, uma queda de 75% amparada pela adoção do modelo operacional de utilizar a infraestrutura neutra. o capex, 72% vai para fibra (sendo parte relevante na compra de terminais ópticos para casa de clientes, ou ONTs). Outros 14% são associados a investimentos na concessão de telefonia fixa.
Em relação à dívida bruta, a Oi apresentou dois valores: a de valor de face, com dívida de R$ 35,2 bilhões, e valor justo, com R$ 23,7 bilhões. A dívida da companhia de curto prazo saltou 441,8%, passando de R$ 382 milhões no segundo trimestre de 2022, para R$ 2 bilhões agora, e relaciona-se ao empréstimo ponte tomado junto a credores este ano.
“Este primeiro aporte reforçou nossa posição de caixa, e seguimos trabalhando para que possamos apresentar os termos definitivos de nosso plano de recuperação, em função das negociações em curso com os diversos credores“, explicou Abreu.