Com apoio de entidades como Grampal, TelComp, APIMS, Abramulti, Abrint, Aspro, Redetelesul, Associação NEO, ProBahia, Aspeal e Seinesp, a InternetSul iniciou uma campanha para eliminar o acúmulo de fios e cabos nos postes de cidades brasileiras: Campanha Poste Limpo.
No primeiro dia da Ação, chamando de Dia D, os provedores e concessionárias fazem um mutirão para limpar postes em cada município, onde começou por Erechim, no Noroeste gaúcho, seguindo para outras cidades, como São Francisco de Paula e Porto Alegre.
A Campanha Poste Limpo já tem o apoio da RGE, Câmara Municipal de Porto Alegre, Câmara Municipal de Erechim, e outras entidades de Internet e Telecom de todo o Brasil.
Alexandro Schuck, presidente da Associação dos Provedores de Serviços e Informações da Internet, explica que “Esta campanha tem abrangência nacional, pois vai melhorar a colocação dos cabos de fibra óptica, a fiação da iluminação pública e das concessionárias, seguindo o padrão exigido GED 270, além de recolher os cabos sem uso. A ideia é a cada três meses fazer uma rua diferente nas cidades contempladas”.
No Brasil, há cerca de 60 milhões de postes, sendo que 25% deles estão super lotados ou com sobrecarga de cabos e fios e outras estruturas que disputam em torno de 60 centímetros disponíveis nos pontos estratégicos de cada poste. Os dados são do Ministério das Comunicações (MCom).
Segundo Schuck, a campanha busca criar uma cultura de não acúmulo e de melhor uso dos postes, tanto pelos provedores de Internet, quanto pelas concessionárias de energia elétrica, outros prestadores e pela sociedade. Com isso, evitar a poluição visual e os riscos à segurança e saúde que o problema causa.
O executivo conta que o preço cobrado hoje pelas concessionárias para compartilhamento dos postes é um dos principais entraves para um melhor uso. “O valor precisa ser revisto. Somos mais de 20 mil empresas com SCM no Brasil, mas o preço cobrado pelas concessionárias é muito maior do que o recomendado pela Aneel e Anatel na resolução conjunta de 2014”, afirma Schuck.
“Recomendamos que seja acolhido o preço de referência para compartilhamento de infraestrutura estabelecido na Resolução 004/14 para os provedores de internet”, complementa.
Entre os outros entraves, Schuck cita demora na aprovação de projetos, falta de comunicação ou comunicação ineficiente para fins de manutenção dos postes, bem público do poste tratado como bem particular, regras de mercado aplicadas em contratos de compartilhamento que tem natureza de servidão administrativa e a gestão inadequada do espaço do poste são alguns deles.
Para o presidente, o preço justo, assim como a escolha de uma gestora de postes por localidade e a revisão de norma técnica para permitir mais espaços regulares para provedores são essenciais para criar um cenário equilibrado.