Neste mês de agosto, a TIM começará a vender produtos e serviços por meio de APIs abertas, sendo que todos serão voltados para a segurança contra fraudes. O primeiro é um sistema de avaliação numérica (number validation), que será o seu primeiro produto para acesso direto a recursos técnicos da rede móvel. Isto é, será possível validar se o número é realmente de uma determinada pessoa.
O sistema, que é capaz de comprovar se o número de telefone de um cliente final é de fato registrado na operadora e pertence ao usuário em questão, é parte da iniciativa Open Gateway, que é prevê o uso de APIs para oferecer produtos de telecomunicações em modelo semelhante aos de nuvem no segmento corporativo.
Renato Ciuchini, vice-presidente de inovação e novos negócios da TIM, diz que “A ideia é comercializar as APIs através de integradores, brokers ou hyperscalers, como Amazon, Microsoft ou Google”.
Ele explica que o CAMARA é o padrão que a operadora está ajustando em sistema para uso, que é projeto da Linux Foundation que foi definido como a base do Open Gateway pela GSMA (associação global das operadoras móveis).
Até março de 2024, a TIM pretende liberar uma API de localização de aparelhos (device location), que irá identificar se a localização física de um celular condiz com a informação digital de localização informada por seu sistema. Esta deve ser liberada ainda no final deste ano ou primeiro trimestre do ano que vem.
Antes disso, este ano, entre setembro e outubro, a operadora lançará uma outra APIs (SIM Swap), que permitirá identificar se houve a troca recente de um chip de celular. A informação também é importante para produtos de segurança e antifraude detectarem comportamentos suspeitos, como trocas rápidas de chips em um mesmo celular.
“Já temos (a API SIM swap), mas não estava no padrão da GSMA. Estamos adaptando e deve ser lançada em setembro”, explica Renato Ciuchini
Segundo a operadora, todos esses recursos já estão em operação na empresa. Agora, serão disponibilizados para o mercado, com a expectativa de que seja usado por desenvolvedores para integração a produtos de segurança para o mercado corporativo. “Escolhemos estes três produtos para começar porque identificamos que existe uma demanda por bancos e fintechs”, diz.
O executivo acredita que a comercialização de APIs pode se tornar uma fonte de receitas para as outras operadoras, se elas também lançarem produtos do tipo baseados no padrão CAMARA. “Uma vez padronizado, o banco vai poder contratar isso de todas as operadoras, o que faz mais sentido para a segurança e o combate a fraudes”, diz.
Até o momento, não há previsão da TIM em criar uma nova empresa para o trabalhar dentro do novo nicho, sendo apenas uma parte da unidade de novos negócios da companhia.
“Finalmente o projeto começou a andar depois de muitas discussões na indústria. Essas APIs constroem um portfólio antifraude muito robusto. São as que mais têm demanda no mercado brasileiro, principalmente nas áreas de antifraude no segmento financeiro. Uma vez padronizado, o banco poderá contratar essa mesma solução da TIM e de todas as outras operadoras”, diz Ciuchini.