Em uma pesquisa apresentada pela empresa de consultoria Omdia, na Futurecom 2023, Ari Lopes, principal analista da companhia, trouxe um panorama do cenário atual para as empresas de conectividade. Umas das conclusões foi de que crescimento de receitas registrado pelas operadoras brasileiras em 2023 estão relacionadas a novos crescimentos, com destaque para o 5G.
As empresas brasileiras registraram no primeiro trimestre do ano um crescimento de 7% nas receitas, em especial pelo repasse da inflação através do reajuste de planos. O aumento superou os crescimentos de Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia e Chile. Para Lopes, ainda será possível ver esse efeito no segundo semestre.
Ele diz que dificilmente o 5G será consolidado como novo gatilho das receitas ainda em 2023. De acordo com a Omdia, o Brasil é quinto maior mercado móvel do mundo – como ainda o décimo na adoção do padrão 5G. Entretanto, o analista diz que é necessária maior inovação em serviços e planos.
A empresa trouxe algumas abordagens que as operadoras ao redor do mundo têm adotado em relação ao 5G. Como manter planos inalterados e “abrir a rede”, como fizeram as operadoras brasileiras; pacotes com maiores franquias; planos com maiores velocidades de download, em modelo não utilizado no Brasil; e a diferenciação através de parcerias e serviços, que é considerada a abordagem mais popular.
O streaming também é uma das abordagens mais adotadas, assim como o cloud gaming, devido a demanda dos gamers em relação a necessidade de ter uma conexão de baixa latência, algo que é prometido pela nova rede, além da alta velocidade. Realidade aumentada, virtual, metaverso e o broadcast de shows exclusivos para usuários 5G são outros modelos testados e estruturados globalmente.
Quando se trata dos planos móveis, o usuário acaba sendo o alvo de muitas abordagens, como a retirada do 5G gratuito de planos pré-pagos ou remoção dos planos mais baratos do portfólio.
A empresa ainda traz a banda larga sem fio (FWA) 5G como uma oportunidade de monetização das operadoras, que já está sendo pensada pelas brasileiras. As redes privativas é um outro viés para o uso da tecnologia no mercado B2B, Inclusive, a Omdia já indica o Brasil como um dos mercados mais efervescentes para redes privativas.