Nesta segunda-feira (16), o Grupo TIM (antiga Telecom Italia), anunciou que recebeu uma oferta vinculativa do fundo de investimentos KKR para sua rede fixa doméstica, e disse que os diretores revisariam a oferta assim que uma análise preliminar fosse concluída. Entretanto, precisará de mais tempo para analisar a oferta dada pela unidade de cabos submarinos, Sparkle.
Acontece que o KKR apresentou uma nova oferta separada e não vinculativa para o negócio Sparkle, para o qual o fundo dos EUA planeja apresentar uma oferta final dentro de quatro a oito semanas, assim que a devida diligência for concluída. Já a oferta vinculativa da rede de acesso fixo do Grupo TIM é válida até 8 de novembro, com possibilidade de prorrogação até 20 de dezembro.
De acordo com fontes à Reuters, a oferta final da KKR indicou uma avaliação acima de 20 bilhões de euros para a rede de acesso fixo da TIM, incluindo dívida e excluindo alguns componentes variáveis ligados a uma potencial combinação futura com Open Fiber apoiada pelo estado.
A abordagem preliminar incluiu a rede doméstica e a Sparkle, que a KKR avaliou em cerca de 23 mil milhões de euros no total, incluindo a dívida e certas variáveis, disseram fontes anteriormente. Entretanto, o cenário muda com o fundo com ofertas separadas.
Toda a rede do Grupo TIM é um ativo de relevância estratégica para o país. Inclusive, o Governo já havia sinalizado que queria garantir o controle total da Sparkle, cuja rede de cabos se estende por mais de 600 mil km e tem presença direta em 32 países.
Entretanto, o Ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, disse que a decisão final cabe ao conselho e aos acionistas da TIM, descrevendo a situação como muito complexa. “A proposta da KKR respeita o interesse público, os números têm sido amplamente debatidos porque o Estado não pode revelar nada”, disse Giorgetti em uma conferência de imprensa de apresentação do orçamento para 2024.
“Vamos ver o resultado final, se não der certo, pensaremos em alternativas”, disse.
Queda nas ações
A mudança na oferta vinculativa da KKR trouxe muitas incertezas sobre o negócio, enganando os investidores, disseram traders. Isso fez com que as ações do antigo monopólio telefônico caíssem em 6% nesta segunda-feira. Para piorar o cenário, o ministro disse que Roma, que efetivamente apoiou a oferta da KKR, consideraria outras opções se a oferta fosse rejeitada.