21/11/2024

Oi é nota ‘D’ em rating de probabilidade de inadimplência da Fitch; entenda

Para a agência de classificação de risco, há uma chance alta de inadimplência da empresa perante os credores.

Nesta segunda-feira (30), a Fitch, agência de classificação de risco, publicou sua classificação para a Oi (OIBR3), que está em seu segundo processo de recuperação judicial. A empresa foi classificada no rating de probabilidade de inadimplência (IDR) na escala “D” e “D(bra)”, onde um representa a longo prazo em moeda estrangeira e local, e o outro a longo prazo na rating nacional, respectivamente.

Ou seja, para a Fitch, há uma chance alta de inadimplência da Oi perante os credores. A agência afirmou as notas seniores sem garantia da Oi com vencimento em 2025 e as notas seniores com garantia de 2026 em ‘C’/’RR4’. Estas são as notas mais baixas possíveis em sua escala para classificação de crédito, informa.

“Os ratings refletem o processo de recuperação judicial da Oi, pedido em março de 2023 e em andamento. Desde então, a empresa não chegou a um acordo com seus credores. Assim que a companhia concluir a reestruturação de sua dívida e encerrar o processo de recuperação judicial, a Fitch reavaliará o perfil de crédito e atribuirá ratings com base na nova estrutura de capital”, diz a Fitch, no relatório.

Em nota, a empresa de avaliação e risco afirmou que o valor justo da dívida da Oi é de R$ 23,7 bilhões, enquanto o valor de face dos títulos é de R$ 35,3 bilhões. Ou seja, existe uma diferença de 32% entre o total da dívida e quanto ela efetivamente vale como passivo.

Segundo a Fitch, a liquidez da empresa é baixa, com R$ 2,5 bilhões no caixa para fazer frente a R$ 2 bilhões de vencimentos no curto prazo. A Oi trabalha para reestruturar a dívida, preservar o caixa e sustentar as atividades. Com isso tudo, fica mais caro para contrair empréstimos do que empresas em situação menos desafiadora. E a nota não deve ser elevada até que tele passe por esse momento.

Desde que iniciou o processo de recuperação judicial em março deste ano, a Oi resolveu a arbitragem com três compradores da sua unidade móvel, e recebeu pouco mais de R$ 800 milhões e da venda da SPE Torres 2 para o Grupo Highline por um valor bruto de R$ 905 milhões. Além disso, assinou um novo empréstimo DIP de US$ 300 milhões com o BTG Pactual, dando como garantia 95% de suas ações na V.tal.

Por causa do valor recebido da arbitragem, o valor do novo empréstimo DIP foi reduzido para US$ 200 milhões, recursos estes que serão utilizados para quitar antecipadamente o DIP anterior, mais juros incidentes e não pagos, além de taxas.

A Fitch estima para a Oi um Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) na ordem de R$ 1,2 bilhão – patamar alcançável no médio prazo. Outro ponto é a venda de ativos para amortizar a dívida. Na visão da agência, a participação da Oi na V.tal vale R$ 8 bilhões – bem abaixo do que a própria Oi estimou para o ativo em maio, que foi R$ 14,4 bilhões.

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