A Brisanet tem investido forte no seu serviço 5G nas suas regiões de operação, com destaque para o Nordeste. Entretanto, há desafios e impasses que é necessário enfrentar. No caso específico de Fortaleza, o fundador e CEO da empresa, José Roberto Nogueira, aponta que a negociação com prédios na chamada área nobre é um problema.
Ele conta que essa negociação é o maior gargalo para a meta de implantar a tecnologia 5G na totalidade do território da capital cearense ainda este ano. Ele destaca bairros, como Aldeota e o Meireles, e a região do entorno da Avenida Beira-Mar, que também inclui os bairros Praia de Iracema e Mucuripe, que dependem desse acordo com os edifícios.
Ou seja, a cobertura plena do 5G, dentro do conceito standalone (puro), depende da autorização para a instalação de torres no topo dos edifícios. “Nessa área mais nobre e verticalizada, a gente tem que trabalhar com cobertura de prédios. As torres tem que ficar no topo deles, na cobertura. Na periferia, mesmo quando tem um prédio mais isolado, fica mais fácil. Na parte central da cidade, a gente tem uma dificuldade maior na negociação para colocar uma torre no topo de um prédio. Então, é exatamente essa área que está ficando ainda com um buraco na cobertura do 5G”, explica Nogueira.
A Brisanet planeja cobrir 40 cidades com sua rede 5G até o fim do ano, sendo que atualmente, já está presente em 24 municípios, que, somadas, contam com cerca de 1 milhão de habitantes. A empresa quer atingir 14 milhões de pessoas até o final de 2024. Em Fortaleza, o executivo diz que sua cobertura vai chegar a 80% até o final do ano, sendo que a região metropolitana tenha de esperar, pelo menos, mais um mês para ter o 5G em toda a sua extensão.
Nogueira explica que o seu equipamento é simples, gerando pouco impacto em torno do prédio, mas “é isso que não estamos conseguindo solucionar na velocidade que desejamos”. “Eu projeto uma torre em cima de um prédio e se não consigo negociação com aquele prédio eu tenho que redesenhar o projeto para colocar em outro”, prossegue.
“A vantagem é que você acaba adquirindo muito know how, mas o desafio é grande porque há esse empecilho e vai demorar um pouco mais do que prevíamos para a Capital ficar 100% pronta. Deve ficar para o fim de janeiro”, reavalia.
Embora mencione as dificuldades, o executivo afirma que “Fortaleza, provavelmente, será a primeira capital do mundo a ter 5G em cada metro quadrado, ou seja, uma cobertura premium”.