Em conferência dos resultados do terceiro trimestre nesta quinta-feira (09), o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, declarou que o contrato para uso de redes neutras da V.tal não deve ser encarado como um impedimento para um eventual negócio de venda da base de clientes de fibra óptica, a ClientCo. Ele explica que é possível negociar o contrato com um potencial comprador.
“Sabemos que parte das primeiras condições definidas com a V.tal [quando ela comprou o controle da unidade de infraestrutura de fibra da Oi] serão discutidas com potenciais compradores e a V.tal. Não vejo nenhum impedimento da relação que temos com a V.tal [para a venda]”, afirmou.
O executivo pontuou que a operadora, junto aos assessores financeiros contratados, estão analisando as opções estratégicas para definir o próximo passo. Considerando como fica o acordo com a V.tal se a base de clientes foi vendida ou da participação social da unidade. “A consulta que estamos fazendo junto ao mercado vai apontar os pontos críticos que precisaremos abordar no futuro”, resumiu ele.
O CEO entende que dificilmente terá interessados em adquirir apenas uma parte da base de clientes da ClientCo. “Não existe definição a priori de tamanho de venda, parcial ou total, mas pensando estrategicamente não faz sentido vender pedaços de base, por ser um negócio que depende de escala“.
Abreu enfatiza que a relação da Oi com a V.tal não é impedimento, uma vez que as cláusulas do acordo podem ser discutidas com os potenciais compradores. Neste sentido, as condições do contrato poderiam convergir para valores mais próximos de preços de mercado.
“Estão sendo feitos vários cenários, mas a priori, entendemos que, assim como a participação em Vtal, a operação de cliente tem valor significativo, é das maiores operações de fibra do brasil, e vai nos ajudar a cumprir obrigações de pagamento de dívida, de criação de uma estrutura que pare de pé e seja sustentável para poder virar, de fato, uma companhia normal”, concluiu.
A venda da base de clientes da Oi é parte do novo plano de recuperação judicial da tela, sendo uma alternativa para a entrada de recursos ao lado da alienação de ativos, como a participação da operadora na própria V.tal. Abreu lembrou que até o final de 2025 pode ocorrer novas diluições a fatia da Oi, que é de 31%, devido ao desempenho da V.tal em algumas métricas acordadas no contrato de venda ao BTG Pactual.
No momento, a operadora ainda passa por componentes do acordo original de venda do controle da infraestrutura para o BTG Pactual, na forma de cláusulas de proteção aos compradores, por isso valores mais altos. Vale ressaltar que a Oi reportou no terceiro trimestre uma alta de 12% nos custos com Aluguel e Seguros, em relação ao trimestre anterior, para R$ 1,1 bilhão.