O Ministério das Comunicações (MCom) participou nesta quarta-feira (22), do seminário “Desafios para a Expansão Sustentável das Redes Comunitárias no Brasil”, promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e o diretor de Investimento e Inovação da pasta, Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo, falou sobre as possívei soluções para expandir as redes comunitárias no país.
O executivo abordou que o Poder Público pode fomentar a conectividade significativa nas periferias e nos locais onde ainda não há acesso à internet, sendo que o financiamento é um dos caminhos. “Vejo um caminho aqui parecido que a gente adotou para a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas. A gente tem linhas de financiamento diferenciadas voltadas para prestadores de serviços de telecomunicações caso o projeto abranja escolas. Me parece um desenho que pode ser aplicado para redes comunitárias”, exemplificou.
Para Araújo, as ações da política pública devem olhar para além do impacto direto na educação escolar, mas também considerar os benefícios que levará para as áreas que ficam ao redor da escola. “Do ponto de vista das telecomunicações também é preciso considerar que aquela fibra óptica que chega na escola vai promover a oferta e ampliação de conectividade na comunidade que circunda a escola”, explicou.
O seminário foi uma iniciativa do do Grupo de Trabalho de Redes Comunitárias da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e busca ampliar o diálogo com a sociedade civil e discutir mecanismos de melhoria e maior viabilidade às redes comunitárias.
O painel teve a moderação do presidente do Instituto Bem Estar Brasil, Marcelo Saldanha e debate entre os seguintes participantes: secretário Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Josué Medeiros; do gerente de Regulamentação da Anatel, Felipe Roberto de Lima; do presidente do Conselho de Administração da Telcomp, Thomas Fuchs; e do representante da Conexis Brasil, Diogo Torres.
A criação de fontes de financiamento para os projetos de redes comunitárias é defendida também por Bruna Zanolli, coordenadora de inovação, tecnologia e sustentabilidade da Rhizomatica, uma das participantes do referido grupo de trabalho.
“Redes comunitárias não são uma alternativa de conectividade só do Brasil. Estão entre as recomendações de complementariedade da UIT. As redes comunitárias promovem serviços locais, como educação, e contribuem para a economia circular. Podem ter um servidor local com conteúdo local, não é apenas sobre acesso à Internet. Até porque onde falta Internet também faltam outras coisas. Às vezes falta eletricidade, falta igualdade de gênero etc”, afirma.