Em evento nesta segunda-feira (37), organizado pela Huawei, o vice-presidente de relações públicas da empresa na América Latina e Caribe, Atilio Rulli, falou sobre a destinação do espectro de 6 GHZ, e espera que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decida compartilhar a frequência entre celular e Wi-Fi. Para o executivo, essa é uma “visão democrática” na divisão da banda, pensando nas próximas gerações das redes celulares.
Ele diz que essa possível decisão da agência iria de encontro com as decisões de China e países da região 1 da UIT (majoritariamente na Europa).
“Na nossa visão, a banda de 6 GHz tem que ser dividida em uma faixa de 700 MHz para o IMT e outra de 500 MHz para Wi-Fi, o que dá conta suficiente de banda para a Internet sem fio. O Wi-Fi nunca teve tanta banda em uma única frequência. E as evoluções do 5G para 5,5 G e 6G vão precisar dessa frequência. Ou vamos ter dificuldade nesta evolução”, afirmou.
Rulli destacou que está em “pleno vapor e desenvolvimento pela Huawei”, o ecossistema de equipamentos celulares com frequência de 6 GHz, lembrando que realizou testes desses hardwares em oito países, inclusive no Brasil, com duas operadoras brasileiras.
O VP apontou que embora a inclusão digital seja feita via rede celular, o “Wi-Fi tem seu papel”, exemplificando com os resultados da parceria com a Veloso.NET, que atualmente cobre 30% da população no interior do Amazonas, com equipamentos da Huawei e com uma rede local ao longo do Rio Solimões. “A base para começar a economia é ter conectividade, com toda a questão de preservação ambiental, empregabilidade. Nós contratamos pessoas locais para auxiliar a instalação, por exemplo”, afirmou.
“Levando a conectividade se faz a inclusão social, a inclusão digital e o apoio à economia local. Os pontos de vendas passam a estar conectados, não precisam só do dinheiro em espécie. Do começo da pandemia para cá, o Brasil teve 27 milhões de pessoas bancarizadas, isso só é feito com estrutura e conectividade”, completou Rulli.
A destinação da frequência de 6 GHz é um dos principais temas da Conferência Mundial de Radiocomunicadores (WRC-23), que acontece até dia 15 de dezembro. Rulli lembrou que, em audiência recente na Câmara dos Deputados, a Anatel confirmou que a WRC-23 pode ser um momento de revisão da decisão que tomou em 2020, quando definiu que a frequência seria usada apenas no Wi-Fi.