22/12/2024

Relação com streamings: como o consumidor lida com o crescente alta dos preços

Mudança do plano de negócios das plataformas de streaming tem afetado a relação que os consumidores tem com esse serviço.

As plataformas de streaming surgiram como uma revolução na indústria do entretenimento, especialmente no que diz respeito à TV e ao cinema. A não necessidade de ter que alugar um filme para assistir sem intervalos comerciais ou ter a possibilidade maratonar uma série nova ou que conforta após um longo dia de trabalho, não apenas tornou mais fácil o acesso a esse tipo de conteúdo, como também serviu para popularizar ainda mais os conteúdos on demand. Porém, o fim do compartilhamento de senhas e os planos com anúncios se tornando as opções mais baratas de assinaturas tem feito o consumidor se questionar se ainda vale a pena investir nesse serviço. 

Streaming

Uma das maiores precursoras desse setor que trouxe certa revolução na indústria e já foi a mocinha da história, agora se torna algoz, sendo também quem iniciou o movimento para travar o compartilhamento de senhas e tornou popular o modelo de assinatura com anúncios. Caso não tenha entendido de quem se trata, “ela” é a Netflix. 

E junto de todos esses pontos, há ainda outro que tem tomado a atenção do brasileiro: aumento dos preços e a relação de custo benefício. A popularidade do serviço de streamings, fez com que surgisse diversas plataformas e a todo momento estão nascendo outras tantas. Mas existe um grupo de companhias que domina o mercado no Brasil e que teve variação de preço no último mês. 

O aumento das mensalidades dos streamings e o questionamento sobre o custo benefício

Veja abaixo um comparativo dos valores dos streamings apenas no plano básico. Vale ressaltar que houve plataforma sem aumento, porém, com ajuste que acaba refletindo no custo benefício:

Apple TV+ (aumento em outubro de 2023)

Antes do aumento: R$ 14,90

Depois do aumento: 21,90

HBO Max (Aumento em fevereiro de 2023)

Antes do aumento: R$ 27,90

Depois do aumento: 34,90

Prime Video (não teve aumento em 2023)

R$ 14,90

Disney+ (aumento em abril de 2023)

Antes do aumento: R$ 27,90

Depois do aumento: R$ 33,90

Star+ (aumento em abril de 2023)

Antes do aumento: R$ 32,90

Depois do aumento: R$ 40,90

Combo Disney+ e Star+ (aumento em abril de 2023)

Antes do aumento: R$ 45,90

Depois do aumento: 55,90

Globoplay (não teve aumento em 2023)

R$ 24,90

Netflix (não teve aumento, mas excluiu o plano básico)

Com anúncios: R$ 18,90

Sem anúncios: R$ 39,90

O consumidor tem estado em um dilema: altos preços ou planos com anúncios. Isso quando não acontece um caso como esse citado pelo cliente do Globoplay. 

A relação com o serviço se tornou contraditória 

O que se esperava das plataformas de streaming, diante da proposta que eles tinham, era a entrega de conteúdos on demand, com preços mais baixos. Porém, com o aumento dos preços a caminhada está sendo reversa, sem contar com o ponto dos anúncios. Deixar de assistir televisão para não ter intervalos comerciais e ter que contar com publicidade parecida ao assistir filmes e séries é contraditório para alguns consumidores.

Luane Mota, 21, afirma que consome a maioria dos streamings que foram citados nesta matéria e disse que lamenta muito esse crescente aumento das mensalidades, pois gosta muito de consumir os conteúdos quando e onde quiser. 

“Gosto muito da possibilidade de poder assistir coisas novas sem muito esforço de pesquisar em outros sites sobre, além de poder rever filmes e séries que eu queira revisitar. Acho a questão do aumento de preços péssima, porque muitos conteúdos hoje em dia são exclusivos de certos streamings e quanto mais caro tudo fica, mais difícil fica de ter acesso a todos os conteúdos.”

Ela ainda mencionou que acha sem sentido algumas maneiras de consumir streaming com anúncio e ainda ter que pagar por isso: 

“Quanto aos planos com anúncios, em teoria é uma boa alternativa pra quem não pode pagar mais caro, porém, acho ruim a ideia de você ser interrompido por eles enquanto assiste. por exemplo, o YouTube você só vê anúncios se usar ele gratuitamente, o que é completamente justo, mas a partir do momento que você assina o premium os anúncios são removidos. em resumo, pagar pra ver anúncio não faz muito sentido pra mim.”

O compartilhamento de senhas vai acabar para todos

Como já foi citado, a Netflix abriu a primeira porta desse novo nicho de mercado e depois ela abriu um novo caminho para a restrição do compartilhamento de senhas. Após o anúncio do streaming do Tudum sobre esse assunto, começou a leva de outras plataformas fazendo o mesmo. O Disney+ já está implementando isso e o HBO Max também está nessa mesma trilha. 

A Netflix fazia até publicidade destacando como é bom compartilhar senhas, mas hoje mudou a rota. Ou seja, é mais um ponto para gerar desconforto entre os consumidores.

Regulação do serviço 

Para fechar, outro ponto que pode estremecer mais ainda a relação do brasileiro com o streaming é a regulação do serviço. Confira mais detalhes aqui. Existe uma preocupação com o cinema e a indústria de entretenimento brasileira e como ela é representada nas plataformas, sem contar que o governo entende que elas não pagam os impostos que deveriam para comercializar. 

Por outro lado, as empresas afirmam que já existe uma regulamentação necessária para elas, afinal elas estão cobertas por taxas de impostos também. E no final das contas, até que se resolva essa parte, ficará a dúvida sobre quem vai ter que arcar com esse aumento de custos. 

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