Nesta segunda-feira (06), as ações da Telecom Italia caíram após a Vivendi, um conglomerado de mídia da França e acionista que possui uma participação de 24% na empresa, ameaçar contestar judicialmente o plano do antigo monopólio de telefonia de vender sua rede por US$ 19 bilhões (US$ 20,4 bilhões), cujo negócio o Grupo TIM afirmou que pretende concluir até 2024.
A venda da rede fixa para a KKR tornaria a empresa italiana o primeiro grupo de telecomunicações num grande país europeu a separar-se da sua rede fixa e é um elemento-chave do plano do CEO da TIM, Pietro Labriola, para reanimar o grupo endividado.
Entretanto, o negócio pode ser atrapalhado pelo o posicionamento da Vivendi, que tem expressado repetidamente suas reservas sobre os termos do acordo com a KKR. Na noite do domingo (05), quando saiu a notificação da aprovação da transação, chegou a dizer que considera a decisão de prosseguir sem uma votação dos acionistas como “ilegal” e que usará “todos os meios legais ao seu alcance para contestar” a decisão.
Para o conglomerado, o preço de venda da rede é considerado baixo e também questiona a sustentabilidade do que restará da Telecom Italia após a rede ser vendida.
A Vivendi, que enfrenta perda de 75% em seu investimento inicial de 4 bilhões de euros na Telecom Italia, criticou a decisão de seguir em frente com a venda sem uma assembleia de acionistas extraordinária e sem a opção de investidores discordantes venderem de volta suas ações à empresa. Na contrapartida, o Grupo TIM anunciou no mesmo dia que havia ouvido conselhos jurídicos e financeiros.
Agora, o esperado é que a Vivendi entre com ação em um tribunal de Milão na tentativa de contestar as decisões do conselho, de acordo com duas fontes próximas ao assunto.
Ações
Inicialmente, provavelmente com o anúncio da aprovação do negócio, as ações da Telecom Italia subiram até 5%, mas depois foram no sentido contrário e fecharam com declínio de 3,35%, por causa do possível processo judicial da Vivendi. Os investidores também devem estar cientes de que a Vivendi travou uma longa batalha legal em tribunais de toda a Europa com a empresa Mediaset da família Berlusconi, agora conhecida como MFE-MediaForEurope (MFEB.MI), por causa de um acordo fracassado de TV paga em 2016.
O ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, minimizou a ameaça ao acordo.
“Fizemos uma oferta e o conselho da TIM aceitou. Agora, obviamente, os acionistas têm seus direitos e irão exercê-los nos locais apropriados, mas este acordo é o plano”, disse ele a repórteres na segunda-feira.