A Abrint, Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações, que representa pequenos provedores de internet no Brasil, expressou sua posição sobre a construção da Usina Dessal no Ceará, localizada na Praia do Futuro, em Fortaleza. Este local é onde pelo menos 16 cabos submarinos transatlânticos têm sua terminação.
A Abrint justifica sua oposição devido à falta de consideração pelas posições geográficas dos pontos de rota dos cabos submarinos já em operação na região, conforme indicado em seus estudos de área de trabalho previamente aprovados.
A entidade destaca sua principal preocupação quanto ao possível impacto da usina na estabilidade dos cabos submarinos, especialmente em relação ao substrato do fundo do mar, à perturbação da sedimentação e ao perfil de implantação desses cabos.
Os provedores consideram crucial o projeto da Usina para a sustentabilidade hídrica de Fortaleza, mas destacam a necessidade de uma execução mais segura em relação ao hub tecnológico. A proximidade da usina com o hub de cabos submarinos, fundamentais para a conectividade e segurança das comunicações do país, requer uma análise mais detalhada. Esses cabos não são apenas infraestruturas de comunicação, mas desempenham um papel crítico na geopolítica de dados e na segurança nacional, alerta a Abrint.
“A proximidade da usina com o hub de cabos submarinos, que são vitais para a conectividade e segurança das comunicações do país, demanda uma análise mais cuidadosa e aprofundada. Estes cabos não são apenas infraestruturas de comunicação, mas também elementos críticos na geopolítica de dados e na segurança nacional”.
Apesar das medidas já adotadas pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para minimizar os riscos, como o afastamento das tubulações dos cabos, a Abrint avalia que tais ações não são suficientes. Existem preocupações significativas que precisam ser abordadas antes do início das obras. Portanto, é solicitado o devido respeito ao canal de diálogo já estabelecido entre todos os envolvidos, incluindo o governo, a Cagece, as operadoras de telecomunicações, a Anatel e outras entidades reguladoras.
A Abrint expressa, em seu comunicado, a importância do diálogo e da busca por consenso diante dessa situação. A entidade acredita que é viável encontrar um equilíbrio entre os benefícios provenientes do projeto de dessalinização e a preservação dos cabos submarinos.
Além disso, a Abrint manifesta sua disposição em participar ativamente das conversas. A associação e os provedores regionais estão comprometidos em contribuir para esse diálogo, disponibilizando sua expertise e colaboração. O objetivo é assegurar que todas as precauções necessárias sejam consideradas e implementadas no processo.