Em âmbito global, em 2023, a posse de celulares abrange 78% da população com 10 anos ou mais, representando um aumento de 11% em relação ao contingente de indivíduos que utilizam a internet. Essa constatação é proveniente de informações disponibilizadas pela União Internacional das Telecomunicações (UIT). Destaca-se que a disparidade entre essas duas métricas está se reduzindo em todas as regiões do mundo, uma vez que o crescimento da adoção da internet tem superado de maneira significativa o crescimento da posse de celulares nos últimos três anos.
Na América, na Comunidade dos Estados Independentes e na Europa, onde a taxa de acesso à internet é superior a 80%, a posse de celulares é inferior em menos de 5% quando comparada ao uso da internet. Esta disparidade diminui para 9% na região Ásia-Pacífico e para 14% nos Estados Árabes. Já na região da África, embora 63% da população possua um celular, apenas 37% utilizam a internet, resultando em uma diferença de 26%.
Analisando os países de língua portuguesa, Portugal e Brasil estão acima da média global de conectividade, com taxas de 79,2% e 78,2%, respectivamente. Em seguida, temos Cabo Verde com 68,8%, Moçambique com 67,1%, São Tomé e Príncipe com 49,9%, e Timor-Leste com 36,1%. Por fim, Angola apresenta 31,85% e Guiné-Bissau, 28,4%.
A disparidade de gênero na posse de celulares é semelhante à observada no uso da internet. Globalmente, o índice de paridade de gênero para a posse de celulares é ligeiramente menor, favorecendo menos as mulheres, em comparação com o uso da internet.
Nos últimos três anos, foi observado um progresso desigual no acesso à internet, semelhante à disparidade encontrada no uso da tecnologia. Um dado significativo revela que as mulheres apresentam uma probabilidade aproximadamente 8% menor de possuir um celular em comparação aos homens. Esta estatística marca uma melhora em relação aos 10% registrados em 2020.
É essencial destacar que os dispositivos móveis desempenham um papel fundamental como porta de entrada para a internet, fornecendo uma visão abrangente do número de pessoas conectadas online. Contudo, é crucial compreender que a relação entre posse de celular e acesso à internet não é diretamente proporcional.
Isso ocorre porque, além dos proprietários, outras pessoas podem utilizar o telefone para se conectar à rede. Por exemplo, crianças ocasionalmente utilizam os dispositivos de seus pais, e algumas pessoas possuem celulares simples que são utilizados apenas para chamadas, sem acesso pleno à internet. Portanto, a posse de um celular não necessariamente reflete o alcance completo do acesso à internet de uma pessoa.
