Em outubro, a Amazon lançou dois protótipos de satélites que no espaço fazem parte do Projeto Kuiper para a oferta global de internet banda larga para os setores público e privado. Entretanto, a empresa deixou de fora a informação de que tinha feito um teste com link óptico intersatelital (OISL) via lasers que atingiu velocidade média de 100 Gbps em uma distância de 1 mil km para transferir dados entre dois satélites de baixa órbita (LEO).
Diferente das redes atuais que fazem a comunicação de ponta a ponta com apenas um satélite, a técnica da OISL permite enviar dados por meio da constelação de satélites com mais velocidade (pelo fato de ser laser), aumento de taxa de transferência e baixa latência.
Rajeev Badyal, vice-presidente de tecnologia do Projeto Kuiper, explica que “Com links ópticos intersatélites em nossa constelação de satélites, o Projeto Kuiper operará efetivamente como uma rede mesh no espaço”.
“Este sistema foi projetado totalmente internamente para otimizar velocidade, custo e confiabilidade, e toda a arquitetura funcionou perfeitamente desde o início”, afirma Badyal.
Segundo a empresa, foram concluídos os testes das “cargas úteis de comunicações ópticas avançadas” nos satélites KuiperSat-1 e KuiperSat-2, e eles conseguiram manter links de 100 Gbps a uma distância de quase 621 milhas. Os OISLs estarão operacionais nos primeiros satélites de produção da empresa, com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2024.
Em comunicado, a companhia explica que OISLs usam lasers infravermelhos para enviar dados entre naves espaciais à medida que orbitam o planeta, explica o comunicado, o que significa que os satélites podem enviar dados diretamente para outros satélites numa constelação, em vez de enviar dados para antenas no solo.
Para efeito de comparação, a transmissão de dados via laser é 30% mais rápida que uma rede equivalente via fibra óptica. Além disso, uma vez que a Kuiper tem infraestrutura e serviços da AWS, a companhia pode reduzir ainda mais a latência com o roteamento do tráfego de dados.
Cada satélite do Projeto Kuiper será equipado com vários terminais ópticos para conectar vários satélites ao mesmo tempo, o que estabelecerá “ligações cruzadas de laser de alta velocidade” que formam uma rede mesh no espaço.
“Esses resultados imediatos só são possíveis porque abordamos nossa arquitetura OISL como parte de um projeto de sistema totalmente integrado e é uma prova da disposição desta equipe de inventar em nome dos clientes. Estamos entusiasmados por poder oferecer suporte a esses recursos OISL de próxima geração em todos os satélites Kuiper desde o primeiro dia”, afirma Rajeev Badyal.
Ricky Freeman, vice-presidente da Kuiper Government Solutions, acrescentou: “A rede de malha óptica da Amazon fornecerá vários caminhos para rotear dados através do espaço, criando resiliência e redundância para clientes que precisam transportar informações com segurança em todo o mundo. Isto é especialmente importante para aqueles que procuram evitar arquitecturas de comunicações que possam ser interceptadas ou bloqueadas, e esperamos disponibilizar estas capacidades aos clientes do sector público que procuram mover e transportar dados de locais remotos para o destino desejado”.