O Botafogo de Futebol e Regatas pediu recuperação extrajudicial e entre os principais credores está a Telefônica Vivo. A ideia do clube é resolver quase R$ 405 milhões em dívidas.
A iniciativa, formalizada tanto pelo clube social quanto pela SAF (Sociedade Anônima do Futebol), sugeriu uma redução de 40% a 90% no montante das dívidas, com a possibilidade de quitação em um período de até 15 anos.
Além da Vivo, a Vale, a TAM (aviação executiva e táxi aéreo) e a Novonor (antiga Odebrecht) estão entre as maiores empresas com maior crédito no Botafogo.
Como é a proposta de Recuperação Judicial do Botafogo
Vale ressaltar que o Botafogo virou uma SAF em março de 2022. Para lidar com as dívidas que não têm garantia, a proposta foi apresentada na 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, listando um total de R$ 404.925.450,83 milhões em dívidas. Já o acordo para quitar as dívidas trabalhistas, que somam mais de R$ 144 milhões, foi assinado cerca de um mês atrás.
O IM Business teve acesso a um documento extenso de 796 páginas. O clube social e a SAF propõem pagar as dívidas de três maneiras: com um desconto de 90% para quem aceitar receber até 31 de março de 2024; um deságio de 40% para quem escolher receber em 156 parcelas ao longo de 13 anos, começando os pagamentos só daqui a 2 anos; ou uma quantia fixa de R$ 20 mil.
Agora, os credores têm 90 dias para aprovar o plano. De acordo com o Botafogo, empresas que representam 34,9% da dívida (R$ 141.480.260,88) já aceitaram as condições, incluindo a Novonor. A antiga Odebrecht, em Recuperação Judicial, e que é a maior credora do clube, tem uma dívida de R$ 100 milhões, cerca de um quarto do total, devido a problemas relacionados ao estádio Nilton Santos (o Engenhão).
Para o plano ser aprovado, é necessário que mais da metade dos credores concorde com ele.
Mais detalhes sobre as dívidas que incluem a Vivo
Dentre as empresas que têm ações negociadas na Bolsa, o Botafogo possui obrigações financeiras que totalizam R$ 22.975.210,67 com a Telefônica Brasil S/A, empresa controladora da Vivo (código de negociação VIVT3), e R$ 8.586.300,62 com a Vale (código de negociação VALE3). Adicionalmente, a instituição deve a quantia de R$ 22.975.210,68 para a TAM Aviação Executiva e TAM Táxi Aéreo, esclarecendo que estas não fazem parte da Latam Airlines, ao contrário do que foi anteriormente informado de maneira equivocada.
É importante destacar que a dívida com a TAM Aviação Executiva e TAM Táxi Aéreo refere-se a entidades que não participaram da fusão entre a TAM e a companhia chilena LAN, ocorrida em 2012. Essa fusão resultou na formação da Latam Airlines, entretanto, é relevante salientar que tal transação envolveu exclusivamente a área de aviação comercial das respectivas empresas, não abrangendo as atividades específicas da TAM Aviação Executiva e TAM Táxi Aéreo.