Após a venda da unidade móvel da Oi, a empresa que se encontra em sua segunda recuperação judicial pode acabar fazendo negócios com uma das três principais operadoras de telefonia móvel do país. Ou seja, a Claro, a TIM ou a Vivo. Acontece que a Oi colocou à venda o braço operacional do seu negócio de banda larga, o chamado ClientCo.
Não há confirmações das empresas sobre o assunto ou de conversas sobre a venda do ativo, mas a Claro, a TIM e Vivo podem se tornar uma das compradoras. “Existe interesse de todas as operadoras e conversas, ainda em estágio inicial, já estão ocorrendo”, contou, sob condição de sigilo, uma fonte que acompanha o assunto em detalhes.
Entretanto há outros interessados no negócio com a Oi. “Além de um grupo de grandes provedores de acesso à internet, e até de algumas empresas da China”, acrescentou a fonte, ressaltando que, nesta fase, a interlocução se dá com os assessores financeiros.
O grupo espanhol de telecomunicações, que opera no Brasil por meio de sua subsidiária Telefônica Brasil, vem discutindo a possível medida com consultores financeiros, disseram três fontes, que falaram também sob condição de anonimato.
Vale lembrar que durante apresentação de resultados do terceiro trimestre, em novembro, o presidente-executivo da Telefônica Brasil, Christian Mauad Gebara, falou sobre o assunto e disse que a empresa participa “em tudo relacionado a qualquer oportunidade no negócio de fibra”.
Originalmente, a Oi esperava vender 40% da ClientCo em 2025 por 4,8 bilhões de reais como parte de um plano de reestruturação apresentado em maio, implicando uma avaliação de mais de 2,4 bilhões de dólares para o negócio.
Entretanto, agora, a unidade provavelmente será avaliada pelos licitantes em uma fração desse valor almejado, dada a difícil situação financeira da Oi e os desafios que qualquer novo proprietário enfrentaria ao migrar os clientes para suas próprias redes, já que entende-se estar totalmente à venda, conforme afirmam as fontes.
Segundo o Infomoney, um porta-voz da Oi se recusou a comentar sobre os licitantes, mas afirmou que a empresa concorda com a avaliação delineada no plano de maio e ainda não tomou uma decisão sobre qual porcentagem da UPI ClientCo venderá, já que as negociações com credores estão em andamento.
A Oi afirma que o valor estimado para a ClientCo está de acordo com os parâmetros praticados em operações de fusões e aquisições no mercado de fibra, além de levar em consideração “as perspectivas de expansão do negócio no mercado brasileiro”. Em outubro, a empresa informou a contratação do Citi e do BTG Pactual na qualidade de assessores financeiros “para avaliar alternativas estratégicas que envolvam a monetização da UPI [Unidade Produtiva Isolada] ClientCo”.