Nesta quinta-feira (28), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ) em conjunto com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) iniciaram a Operação Cyber Shield. O principal objetivo desta operação é combater os crimes de extorsão perpetrados por organizações criminosas na internet, direcionados especificamente a pessoas que participavam de grupos de aplicativos de troca de mensagens, nos quais eram compartilhados conteúdos de natureza sexual.
Conforme informações fornecidas pela PCDF, os próprios criminosos criaram esses grupos de aplicativos com a finalidade de atrair vítimas, especialmente aquelas que residem no Distrito Federal, ocupam posições de destaque em cargos públicos importantes, ou são familiares de autoridades públicas. Essa ação tem como intuito desarticular essas práticas delituosas e promover a segurança cibernética, especialmente em relação a indivíduos vulneráveis e figuras públicas.
Quando os criminosos identificavam que as potenciais vítimas possuíam características específicas, aprofundavam suas investigações por meio de acessos não autorizados a bases de dados confidenciais pertencentes aos órgãos de segurança pública.
De acordo com o MJ, a organização criminosa conduzia extorsões utilizando “informações pessoais obtidas por meio de acesso ao sistema da PCDF”. Com essas informações em mãos, os criminosos ameaçavam as vítimas e seus familiares, exigindo transferências sucessivas via Pix para evitar a divulgação dos dados sensíveis.
Neste momento, estão sendo executados cinco mandados de busca e apreensão e cinco de prisões temporárias em operações coordenadas nos estados de São Paulo e Bahia. Os investigadores comunicaram que até o momento quatro indivíduos foram detidos.
As investigações revelaram que os criminosos atuavam nos municípios de Feira de Santana e Salvador, na Bahia, assim como em Pirituba e São Paulo, em São Paulo. Além disso, foi identificada uma conexão desses infratores com facções criminosas locais nos respectivos estados. O Ministério responsável pelas investigações compartilhou essas informações, destacando a abrangência geográfica e as conexões com grupos criminosos regionais.
O Ministério da Justiça esclarece que, uma vez confirmada a prática dos delitos em questão, os indivíduos sob investigação podem ser responsabilizados por crimes de extorsão. Nesse caso, a pena pode ser agravada devido à participação de duas ou mais pessoas no ato criminoso. Além disso, os investigados podem ser imputados por invasão de dispositivo informático, sendo que a pena também pode ser aumentada devido à obtenção de informações sigilosas durante a invasão.
