Pode ser que muitas pessoas não saibam, mas a Claro Brasil, uma das principais operadoras de telefonia móvel do país, é controlada pela empresa de telecomunicações América Móvil, que por sua vez tem como dono o magnata mexicano Carlos Slim, que na última quinta-feira (14), ampliou sua liderança como o latino-americano mais rico, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
A fortuna do empresário de 83 anos ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões (aproximadamente R$ 495 bilhões) pela primeira vez, cerca de 12 anos depois de ele ser considerado a pessoa mais rica do mundo. Este ano, ele adicionou um valor de US$ 27 bilhões à sua fortuna, incluindo US$ 3 bilhões na quinta-feira (14).
No ranking geral, em abril deste ano, ele chegou a ocupar a 9ª posição dos homens mais ricos do mundo e sendo o único latino-americano a configurar o top 10 do ranking. Mas Slim caiu para o 11º por causa do avanço das fortunas de empresários de tecnologia.
Entretanto, o que mais chama a atenção é que a maior parte da fortuna do magnata das telecomunicações de US$ 101,5 bilhões, vem da América Móvil (AMXL), que é dona Claro Brasil. A companhia arrecadou quase 40% de sua receita em pesos mexicanos e também tem exposição ao euro por meio de operações na Áustria. Em novembro, a empresa de telecomunicações aumentou sua participação majoritária na Telekom Austria para 58%.
Embora ele tenha transferido algumas participações em suas empresas para seus seis filhos, Carlos Slim ainda é ativo no dia a dia e retém a maioria das responsabilidades de tomada de decisões, segundo pessoas familiarizadas com sua agenda.
Seus filhos, embora ocupem funções-chave nas empresas do grupo, são discretos na corporação. A terceira geração de herdeiros está ascendendo nas empresas e começou a ocupar assentos em conselhos e executivos. Por exemplo, sua neta Vanessa Hajj Slim faz parte do conselho da América Móvil e do Grupo Carso. Seu irmão Rodrigo lidera a Sanborns Hermanos e outro irmão, Daniel, faz parte do conselho da Minera Frisco, juntamente com o primo Diego Slim.
Reportagem da Bloomberg Linea diz que o magnata beneficia da valorização do peso mexicano, que fez a moeda mexicana subir cerca de 14% em relação ao dólar americano este ano. Com a valorização, a divisa ganhou o apelido de “super peso” no mercado financeiro. Sua holding que atua em diversos setores, a Carso (GCARSOA1), teve suas ações elevadas em 109% este ano e são as melhores no índice de referência do México desde sua desde a construção até a operação de restaurantes e lojas.
Carlo Slim foi um dos maiores beneficiários de um amplo programa de privatizações no final das décadas de 1980 e 1990, adquirindo a Telmex e transformando-a na gigante América Móvil, que opera em 22 países e registrou receita de US$ 42 bilhões no ano passado.