Uma tele digital que se despede do mercado. A Nomo, que oferecia planos móveis na rede da Vivo, anunciou aos clientes através de uma carta por e-mail o fim da sua operação para pessoas físicas. Os clientes serão migrados para a Fluke, outra MVNO que usa a mesma infraestrutura.
De acordo com a mensagem, a transição de operadoras ocorrerá a partir da próxima quarta-feira, 27 de dezembro. Os clientes da Nomo não precisarão trocar o chip, mas deverão instalar o aplicativo da Fluke a partir de 26 de dezembro para gerenciar o plano móvel.
A Nomo não vai deixar de existir, mas vai se concentrar no segmento corporativo. A empresa vai apostar no NomoWave, uma plataforma de tecnologia e infraestrutura para atender a indústria. O comunicado diz:
“Decidimos fortalecer nossa atuação nas áreas de tecnologia e infraestrutura para que as empresas de telecomunicações possam ser mais digitais, melhorando seus serviços e relacionamento com clientes. Além disso, a marca Nomo passará por algumas mudanças que conectem com nosso novo momento.”
Tanto Fluke como Nomo são operadoras móveis virtuais (MVNO) credenciadas da Telecall, que utiliza a rede da Vivo. De acordo com os dados mais recentes da Anatel, a Telecall tem cerca de 82,6 mil clientes com titularidade de pessoa física.
Clientes da Nomo terão aumento de até 12% na Fluke
Com as mudanças, os clientes da Nomo terão que se adaptar aos planos da Fluke, que são até 12% mais caros. Além do preço mais alto, os usuários da Nomo terão menos opções de pacotes de dados disponíveis.
Segundo a Fluke, os usuários da Nomo terão a próxima renovação com as mesmas condições comerciais do plano antigo. Os novos preços serão aplicados somente a partir da segunda renovação.
Todos os planos da Fluke contam com WhatsApp, Waze e Google Maps sem descontar da franquia, além de ligações ilimitadas e 10 SMSs por mês.
Outras operadoras de celular que encerraram operações no Brasil
O mercado de telefonia móvel brasileiro perdeu outras empresas importantes nos últimos anos. O caso mais emblemático foi o da Oi Móvel, empresa lançada em 2002 que pressionava a concorrência a praticar preços mais baixos. A quarta maior operadora de celular do país foi fatiada pelas rivais Vivo, TIM e Claro em abril de 2022.
Outra empresa que tinha tudo para dar certo e não vingou, foi a Nextel. A operadora chegou ao Brasil em 1997 com o sistema de comunicação por rádio. Anos depois, passou a comercializar planos GSM. Em agosto de 2020, foi “engolida” pela Claro.
Em São Paulo, a marca de telefonia “Aeiou” foi inaugurada em agosto de 2008 com um investimento de R$ 250 milhões. No comunicado da empresa para veículos de imprensa, eles prometeram “revolucionar a telefonia móvel brasileira”. Mas não vingou. Dois anos após o lançamento, a Aeiou só conseguiu captar pouco mais de 20 mil clientes, sendo que a meta era ter 500 mil. As dívidas tornaram-se milionárias e a Anatel cassou a licença da empresa.