O roubo e furto de equipamentos de telecomunicações tem sido um dos grandes problemas que as empresas e seus usuários têm enfrentado ultimamente. Além de causar prejuízo às companhias que precisam repor os materiais, o cliente também sofre com o tempo que fica sem o serviço. Nas últimas semanas, novos casos foram registrados.
Geralmente, a prática tem como alvo os fios de cobre, por ter um valor de revenda. Ainda estamos no primeiro mês de 2024, e já houve casos surpreendentes. Por exemplo, na cidade de Jundiaí (SP), foram presos dois suspeitos (donos de ferros velhos) de receptação de placas de retransmissão de sinal pelas antenas de telefonia (RRUs, do inglês Remote Radio Unit). Segundo a Polícia Civil de São Paulo, os equipamentos apreendidos equivalem a um valor de R$ 300 mil.
Outro ocorrência foi em Padre Eustáquio (MG), onde dois homens foram presos por furtarem baterias em estação de uma empresa de telecomunicações. O fator alarmante é que eles eram funcionários terceirizados e tinham acesso fácil aos equipamentos de uma empresa da cidade. O valor dos dispositivos foi avaliado em aproximadamente R$ 150 mil.
A frequência desse tipo de prática tem levado a discussões de leis mais severas. É o caso dos projetos de lei (PL 5846/16, PL 4997/19 e PL 3780/2023) que buscam tipificar e aumentar a punição para esses crimes.
A diretora de Relações Institucionais e Governamentais e de Comunicação da Conexis Brasil Digital, entidade que representa as principais operadoras móveis do País, “O setor mantém diálogo com o Governo Federal, estados e municípios para priorização do combate a esses crimes”.
Ela explica que o roubo e furto de cabos e equipamentos de telecomunicações causa prejuízo às empresas e a milhões de consumidores todos os anos, que ficam sem acesso a serviços e recursos de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas.
Segundo dados da Conexis, foram roubados e furtados 2,89 mil km de cabos de telecomunicações em todo o Brasil, durante o primeiro semestre de 2023, representando um aumento 23,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
O volume de cabos roubados e furtados no primeiro semestre deste ano aumentou ainda 21,4% em relação ao segundo semestre de 2022, quando foram roubados 2,38 mil km. Em 2022, o volume subtraído foi de 4,72 mil km. Os dados completos de 2023 ainda estão sendo apurados.
Vale lembrar também de um dos casos mais noticiados no último mês de 2023, quando foram roubadas todas as placas e equipamentos responsáveis pela operação de um site da Claro, incluindo a própria torre de 10 metros de altura na qual estava instalada a infraestrutura.