A V.tal, empresa de rede neutra que herdou a rede da Oi, controlada pelo BTG, deve demitir até 20% de sua força de trabalho, através de uma dispensa coletiva de trabalhadores, cujo corte deve envolver cerca de 620 profissionais. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (Sintetel) e a Fenattel (a Federação).
De acordo com as entidades, que são contrárias à redução de trabalhadores, a empresa foi “irredutível” no corte de vagas para reduzir custos e se adequar às novas realidades do mercado. Esta é uma mudança estratégica da V.tal, que deve buscar alterar o escopo dos serviços prestados para a Oi. Por exemplo, a instalação da rede na casa do assinante pode passar a ser feita diretamente pela tele e não mais pela V.tal.
As demissões foram negociadas pela rede neutra junto com as entidades sindicais, que segundo os trabalhadores, foi negociado um pacote de compensações para os trabalhadores que serão desligados. Dentro da discussão, o Sintetel – que representa trabalhadores de telecomunicações do Estado de São Paulo, diz que a empresa alega “dificuldades econômicas enfrentadas após o período pandêmico e o processo de recuperação judicial com a Oi“.
Na proposta negociada com os sindicatos, a dispensa coletiva deverá ocorrer durante todo o ano de 2024 (01/01/2024 a 31/12/2024). Será aplicável às demissões coletivas que resultarem na redução do quadro de pessoal da empresa em até 20% (vinte por cento) do seu efetivo em 01 de janeiro de 2024.
Entre as condições também está previsto que os trabalhadores dispensados, incluindo aos que se aposentarem em 2024, receberão plano de saúde, odontológico, seguro de vida e auxílio medicamento, pelo período de seis meses. Eles ainda serão indenizados por tempo de trabalho em 15% do salário nominal por cada ano de efetivo trabalho, limitado até seis salários.
Posicionamento da V.tal
Por meio de nota, a empresa de rede neutra confirmou a dispensa dos trabalhadores, e explicou que “ao longo dos últimos 18 meses ajustou processos e implementou automações que, mesmo com o crescimento do seu negócio, viabilizaram uma operação ainda mais eficiente com uma importante racionalização de custos”.
“A companhia esclarece que esse ajuste está alinhado com seu plano de negócios, que visa a entrega de uma proposta de valor sempre atualizada e um atendimento cada vez melhor aos seus clientes”, completa.
Além disso, destacou que “Nos nove primeiros meses de 2023, a V.tal obteve uma receita líquida de R$ 4,3 bilhões, representando um crescimento percentual superior a 10% frente ao mesmo período de 2022. O EBITDA foi de R$2,5 bilhões, um aumento de aproximadamente 40% em relação ao mesmo período de 2022”.