Apesar da estreia tímida no mercado brasileiro, a categoria de veículos elétricos (EVs) vem se popularizando no mercado nacional com a chegada de montadoras chinesas. A estratégia de lançar modelos mais acessíveis no Brasil parece estar gerando resultados interessantes para as multinacionais, considerando principalmente o ceticismo de muitos motoristas com relação aos automóveis sustentáveis.
Segundo informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no ano passado o volume de importações de elétricos chineses registrou um notório aumento de 59,2%, totalizando US$ 5,790 bilhões. Em paralelo a isso, a quantidade de EVs asiáticos vendidos no país cresceu 482% em 2023.
A importação dos EVs saiu de 0,4% em 2021 para 8% em 2022, avançando +27% em 2023 e alcançando 35%. Esse cenário de avanço exponencial aponta para o maior interesse dos consumidores em relação aos modelos movidos a combustão.
Para 2024, a expectativa dos analistas é de que o segmento de automóveis sustentáveis continue crescendo no Brasil impulsionado pela entrada das marcas Omoda e Jaecco, do grupo Chery International, no país. A Great Wall Motors (GWM), fabricante chinesa de automóveis, prevê fortes investimentos no Brasil com a inauguração de uma unidade fabril em Iracemópolis, no interior de São Paulo, seguindo os mesmos passos da BYD com sua fábrica em Camaçari (BA).
Os números indicam que a chegada de empresas chinesas tem contribuído diretamente para eletrificação da frota no território nacional, principalmente nas capitais e grandes centros urbanos que oferecem maior amplitude da infraestrutura de carregamento.
Exportações vs importações
A situação das exportações, isto é, envio de veículos do Brasil para outros países, apresenta números bastante distintos das importações. No ano passado, o setor registrou uma brusca queda recuando 10,1% para US$ 4,167 bilhões (1,27% do total).
Ainda que os recentes resultados não sejam favoráveis às vendas externas, a gigante chinesa Build Your Dreams (BYD) acredita que o país pode se tornar futuramente um “centro de produção e exportação de veículos elétricos”, isso com a cooperação entre empresas privadas e o governo federal, além das gestões estaduais.