Neste próximo domingo (28), é celebrado o Dia Internacional da Proteção de Dados, que foi instituído em 2006 pelo Conselho da Europa com o propósito de promover a conscientização sobre a importância da privacidade e defender a proteção dos dados pessoais.
Esse assunto é de extrema importância para os brasileiros, uma vez que segundo o relatório Global DDoS Threat Intelligence, o Brasil é o principal alvo de ciberataques na América Latina.
Leandro Stacheski, Head Customer & Cloud Managed Services da Keyrus, consultoria internacional especialista em Inteligência de Dados e Transformação Digital, conta que devido a crescente ameaça de violações de dados e a intensificação das regulamentações de proteção, “as empresas enfrentam obstáculos cada vez mais significativos para proteger as informações sensíveis de clientes e parceiros”.
“A abordagem estratégica para enfrentar esses desafios inclui a implementação eficaz de soluções avançadas em nuvem e medidas robustas de segurança”, ressalta.
Além das medidas que as empresas precisam tomar para não terem seus sistemas atacados por hackers, a população também precisa tomar cuidados, desde conhecimento em relação ao uso de seus dados pelas companhias quanto o que expõe ao navegar na internet.
Kenneth Corrêa explica que os consumidores têm vários direitos garantidos por leis de proteção de dados como a LGPD no Brasil e a GDPR na Europa. Por exemplo, saber quais dados pessoais são coletados e como são processados; de acessar e obter uma cópia desses dados; de retificar informações incorretas; de deletar seus dados (“direito ao esquecimento”); de limitar o processamento de seus dados; à portabilidade de dados; e o direito de se opor ao processamento de seus dados, particularmente para fins de marketing.
Ele conta que as empresas devem “implementar procedimentos claros e acessíveis que permitam aos consumidores fazer solicitações relativas aos seus dados facilmente”. “Isso pode incluir interfaces de usuário intuitivas, como painéis de controle de privacidade, onde os usuários podem gerenciar suas preferências e solicitar alterações ou a exclusão de seus dados”, detalha.
Como o consumidor pode se proteger?
Kenneth destaca que existem diversas soluções tecnológicas projetadas para empoderar os indivíduos no controle de seus próprios dados pessoais. “Ferramentas de gerenciamento de privacidade, por exemplo, permitem que os usuários vejam e controlem as informações que compartilham com sites e aplicativos. Painéis de controle de privacidade são outro exemplo, onde empresas fornecem um espaço centralizado para que os usuários possam ajustar as configurações de privacidade e decidir quais dados serão coletados e como serão utilizados”.
Ele traz exemplos de navegadores, como o Firefox, que bloqueiam rastreadores e anúncios indesejados, além de oferecer funções de busca que não rastreiam o histórico dos usuários. As VPNs (redes privadas virtuais) também são uma opção, pois protegem a identidade e a localização online dos usuários criptografando seu tráfego de internet.
Além disso, ainda há as ferramentas de autenticação de dois fatores (2FA), que ajudam a proteger contas online, garantindo que somente o proprietário dos dados possa acessá-las.
“Com o avanço da tecnologia, até mesmo soluções baseadas em blockchain estão surgindo, permitindo que os usuários tenham uma maior gerência sobre a acessibilidade e distribuição de seus dados pessoais, mantendo um registro transparente e incorruptível das transações. Todas essas ferramentas e tecnologias proporcionam maior poder e controle nas mãos dos usuários, aumentando tanto a sua autonomia quanto a sua proteção no ambiente digital”, conclui Kenneth Corrêa.