A SpaceX, empresa de foguetes e satélites do bilionário Elon Musk, está sendo acusada de demitir funcionários ilegalmente que escreverem uma carta aberta criticando o empresário. A empresa está enfrentando uma reclamação do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB), agência trabalhista dos Estados Unidos.
Segundo um funcionário regional do NLRB, a empresa de Elon Musk violou os direitos dos trabalhadores sob a lei trabalhista federal de se unirem e defenderem melhores condições de trabalho.
Em junho de 2022, um grupo de funcionários enviaram uma carta aberta para os executivos da empresa expressando preocupações sobre o comportamento do bilionário. O documento concentrava uma série de tweets feitos pelo Musk em 2020, muitos dos quais eram sexualmente sugestivos.
Para os funcionários, as declarações não estavam alinhadas com as políticas da empresa sobre diversidade e má conduta no local de trabalho e pediram à SpaceX que as condenasse. Na carta expunham que o comportamento do bilionário era “uma fonte frequente de distração e constrangimento”.
A denúncia também acusa a SpaceX de interrogar funcionários sobre a carta, menosprezar os trabalhadores envolvidos e ameaçar demitir trabalhadores que exercessem atividades semelhantes. Um tempo depois, a empresa demitiu os funcionários que ajudaram a escrever a carta.
A porta-voz do NLRB, Kayla Blado, disse à Reuters que a SpaceX violou o direito federal dos trabalhadores de pressionar coletivamente por melhores condições. A agência trabalhista afirma que a companhia “criou uma impressão de vigilância” ao ler e mostrar capturas de tela de mensagens entre funcionários, acrescentando que a empresa tentou impedir que os funcionários distribuíssem a carta aberta. A SpaceX também supostamente “convidou os funcionários a pedir demissão e ameaçou demitir” se eles participassem de atividades organizadas.
O NLRB está pedindo à empresa que publique um aviso sobre os direitos dos funcionários por 120 dias e quer que a empresa escreva cartas de desculpas a cada um dos funcionários que demitiu, entre outras coisas. Se não chegar a um acordo, o caso será julgado por um juiz administrativo, cuja decisão poderá ser apelada ao conselho e depois a um tribunal federal de apelações. A audiência está marcada para 5 de março.
Se for constatada a violação da lei da companhia, ela poderá ser obrigada a recontratar os trabalhadores e devolver os salários. Além disso, poderá enfrentar penalidades mais severas em casos futuros perante o conselho.