A conexão móvel direta entre celulares e satélites, chamado de direct-to-device (D2D), tem sido um dos assuntos mais discutidos ultimamente por ser uma tecnologia promissora na ampliação do acesso à internet, especialmente na cobertura móvel para áreas afastadas e remotas no Brasil. Entretanto, a solução ainda aguarda a aprovação de Sandbox Regulatório pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Nesta quarta-feira (21), a coordenadora de Processos de Satélites da Anatel, Luciana Ferreira, falou sobre o tema durante a 10ª Conferência de Gestão do Espectro da América Latina, em Brasília. Ferreira disse que “direct-to-device é o principal”, é o ponto-chave quando se trata da evolução do mercado de satélites. “Nosso objetivo principal aqui na Anatel é atender os usuários. Então, se encontrarmos novas formas de atender os usuários, vamos estudar a possibilidade”, afirmou.
“Considerando que o Brasil é um país com dimensões continentais, se pudéssemos utilizar essa infraestrutura para prover serviços de SMP [Serviço Móvel Pessoal] em áreas remotas seria excelente, porque temos lugares que a cobertura terrestre não consegue atingir. De repente, fazendo essa parceria entre os serviços terrestres e a infraestrutura de satélite, a gente conseguiria atingir essas áreas remotas”, explica Ferreira.
No Brasil, há grandes promessas para que o serviço móvel via satélite seja ofertado. De acordo com panorama do mercado de satélites apresentado pela Anatel, há 59 sistemas de comunicação de satélite em área brasileira, subdivididos em 47 satélites geoestacionários (sendo 45 em operação) e 12 não geoestacionários (8 em operação).
No momento, as operadoras TIM e Claro estão tentando iniciar os testes, mas aguardam aval da Anatel para liberar o uso das faixas de 800 MHz e 900 MHz para elas, que poderiam fazer uso temporário do espectro por dois anos, para além do prazo convencional, que é de 60 dias. A aprovação aguarda retorno do pedido de vistas apresentado pelo conselheiro Alexandre Freire no ano passado.
A Agência afirma que está analisando outras quatro solicitações de direitos de exploração de serviço via satélite. Inclusive, nesta semana, a Omnispace, empresa de conectividade móvel global, recebeu autorização da Anatel para operar seu sistema móvel via satélite não geoestacionário (NGSO) em todo o país.
Além disso, no Brasil, ainda há outras empresas capazes de oferecer conexão móvel via satélites, como a Starlink, Lynk World e AST SpaceMobile.