O aplicativo Celular Seguro, lançado pelo governo federal no final do ano passado, visa combater roubos e furtos de telefones celulares em todo o país. A ferramenta permite que o usuário bloqueie o SIM Card e os aplicativos bancários do seu aparelho em caso de perda ou roubo, bastando acessar uma página na internet ou indicar uma pessoa de confiança para acionar o sistema.
No entanto, o aplicativo apresentado pelo Ministério da Justiça e Segurança (MJSP) em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ainda carece de recursos de acessibilidade, que poderiam facilitar o uso por mais pessoas, especialmente idosos e pessoas com deficiência visual que tentam usar a plataforma.
Segundo a Biomob, startup especializada em consultoria e soluções de acessibilidade, o app apresenta problemas em questões como comandos, autenticação e navegabilidade. Os comandos devem respeitar as regras de contraste e possuírem textos alternativos para leitores de tela. As autenticações devem prever alternativas para pessoas com baixa visão ou cegas, enquanto a navegabilidade precisa ser intuitiva e respeitar uma ordem lógica. Essas recomendações seguem as diretrizes de acessibilidade para conteúdo web (WCAG) e para aplicativos móveis (WAI-ARIA).
A falta de acessibilidade no app Celular Seguro contrasta com a importância do serviço para a segurança dos dados pessoais dos usuários. De acordo com informações, 2,7 mil smartphones são furtados ou roubados todos os dias no país. Atualmente, a plataforma soma mais de um milhão de usuários cadastrados e 12 mil alertas, isto nos 30 primeiros dias após a disponibilidade nas lojas do Android e iOS.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que está trabalhando para melhorar a acessibilidade do app Celular Seguro e que pretende lançar uma nova versão até o final do primeiro semestre de 2024. A pasta também disse que está aberta a receber sugestões e feedbacks dos usuários para aprimorar a ferramenta.