Nesta semana, a Cisco, provedora de softwares de segurança e nuvem, anunciou que planeja demitir cerca de 5% de sua força de trabalho global em um plano de reestruturação do seu negócio. A porcentagem corresponde a demissão de mais de 4 mil funcionários dentro dos quase 85 mil empregados registrados em 2023.
Segundo a companhia, a reestruturação prevê a mudança do seu foco para áreas de alto crescimento e prioritárias, como segurança e Inteligência Artificial (IA), para realinhar a organização e a destinação dos investimentos. Em comunicado de resultados do segundo trimestre da empresa, o CEO da Cisco, Chuck Robbins, disse que “Continuamos a alinhar nossos investimentos com oportunidades futuras de crescimento”.
“Nossa inovação está no centro de um ecossistema cada vez mais conectado e desempenhará um papel fundamental à medida que nossos clientes adotam a IA e protegem suas organizações”, completou.
A Cisco informou que a reestruturação dos negócios, incluindo as demissões, vai implicar em aproximadamente US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,48 bilhões) em despesas. Desse total, US$ 150 milhões (R$ 746 milhões) devem ser desembolsados no quarto trimestre do ano fiscal de 2024 (maio a julho) e o restante na primeira metade do ano fiscal de 2025.
Essa não será a única redução de funcionário que a empresa pretende fazer. A Cisco indicou que a maior parte das demissões vão até o final de abril deste 2024, mas que continuam no próximo, afirmando que indenizações e outros benefícios de rescisão para funcionários custariam à empresa um total de quase US$ 800 milhões.
Em teleconferência para discutir os ganhos fiscais do segundo trimestre de 2024 (período até 27 de janeiro), Chuck Robbins disse que a receita da empresa caiu 6% ano a ano e o lucro por ação caiu 3% no mesmo período. Ele ainda disse que os clientes ainda estão “digerindo” os equipamentos adquiridos anteriormente, e observou uma desaceleração nos gastos das operadoras fixas e móveis que espera durar até o próximo ano fiscal.
“Em termos do ambiente macro, vemos um maior grau de cautela e escrutínio dos negócios, dado o elevado nível de incerteza”, afirmou Robbins. “À medida que ouvimos isso de nossos clientes, isso nos leva a ser mais cautelosos com nossas previsões e expectativas”.
No segundo trimestre do ano fiscal de 2024, a Cisco registrou receitas de US$ 12,8 bilhões (R$ 63,6 bilhões), queda de 6% em relação ao mesmo período do ano fiscal anterior. O lucro líquido foi de US$ 2,6 bilhões (R$ 13 bilhões). Já a receita de software ficou estável em US$ 4,2 bilhões (R$ 20 bilhões).