No Mobile World Congress em Barcelona, as empresas de infraestrutura de rede estão apresentando soluções inovadoras para o mercado 5G, visando reduzir os custos de implantação e expandir sua participação no mercado.
Com a necessidade de mais antenas para o 5G em comparação com o 4G, as empresas buscam estratégias para mitigar esse aumento de custo. A Ericsson destaca a importância de explorar as capacidades do 5G para criar novas oportunidades de valor.
Enquanto isso, a Qualcomm, conhecida por seus avanços em processadores com inteligência artificial, está agora aplicando IA em sua infraestrutura de rede, incluindo o acesso fixo sem fio 5G (FWA), que oferece internet residencial. Essa solução incorpora tecnologias de IA e aprendizado de máquina para detectar usuários e oferecer uma experiência mais personalizada.
O sistema FWA (Fixed Wireless Access) se adapta continuamente às mudanças ambientais para otimizar a cobertura. Além disso, utiliza novos recursos de IA para reduzir o consumo de energia em cerca de 50% em comparação com versões anteriores.
Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm para América Latina, prevê que o FWA se torne complementar às redes fixas, com preços convergindo e uma estimativa de que, em três a quatro anos, alcance de 10% a 20% da banda larga fixa, aumentando a conectividade em todo o país e beneficiando as empresas.
“O FWA será complementar à rede fixa. Os preços vão convergir (hoje o FWA custa de R$ 399 a R$599 mensais). No segundo semestre haverá redução no preço. A estimativa é que de três a quatro anos o FWA alcance de 10% a 20% da banda larga fixa. Isso vai permitir maior conexão em todo o país e gerar mais conexão às empresas”.
Segundo a GSMA, espera-se que o Brasil tenha um milhão de clientes de FWA até 2025. No Mobile World Congress, a Intel anunciou seu novo processador Core Ultra com inteligência artificial, destacando a importância de criar casos de uso para monetizar redes 5G. A vice-presidente de Rede da Intel, Caroline Chan, enfatiza a necessidade de desenvolver redes abertas em parceria com empresas como a Ericsson, visando reduzir até 40% do consumo de energia.
Ela ressalta que o 5G oferece soluções para consumidores, IoT e baixa latência, além de possibilitar aplicações avançadas como a instalação de equipamentos em carros. Chan também menciona o 5G Advanced e a integração de computadores com IA, incentivando as operadoras a criar mais serviços para diversos setores, como varejo, saúde e trânsito.
Marcelo Santos, diretor de Serviços de pré-venda da Ericsson para América Latina e Ibéria, destaca que as novas tecnologias de inteligência artificial permitem que as redes se ajustem automaticamente com base no comportamento dos consumidores.
Isso significa que, ao serem lançadas ou ampliadas, as redes podem redistribuir sua capacidade de forma dinâmica, respondendo às demandas em tempo real. Esse processo automatizado reduz os custos das operadoras de telefonia, pois otimiza o uso dos recursos de rede.
Santos ressalta que o desafio está em analisar os dados e identificar padrões para prever as necessidades futuras da rede. Com a evolução para o 6G, a demanda por dados aumentará, e a expectativa é que as redes se tornem ainda mais autônomas, proporcionando uma experiência de conexão contínua e de alta qualidade para os consumidores.
O uso de inteligência artificial nas redes de 5G não só permite uma gestão mais eficiente dos dados entre as redes e a nuvem, mas também contribui para uma redução no consumo de energia. Isso ocorre devido ao processamento mais eficaz dos dados, o que ajuda a otimizar o consumo de eletricidade, um dos principais custos da IA.
Segundo especialistas, a IA desempenha um papel crucial na melhoria das redes 5G, impulsionando a inovação e permitindo que as operadoras melhorem o desempenho e reduzam os custos operacionais. Além disso, as grandes empresas de tecnologia estão investindo em redes abertas de infraestrutura, onde as operadoras podem utilizar equipamentos de diversos fornecedores. Essa estratégia, já em vigor em partes da Europa e da Ásia, começa a ganhar terreno nos Estados Unidos, com empresas como Verizon e AT&T adotando-a.