Na semana passada, a Apple viu suas ações despencaram em 4,9% após a divulgação de um processo antitruste movido pelo Departamento de Justiça dos EUA e mais quinze estados americanos. Pode não parecer muito, mas a queda resultou na perda de cerca de US$ 113 bilhões em valor de mercado da empresa. Com isso, a norte-americana já acumula queda de 11% até aqui em 2024.
A queda é efeito do processo em que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e 15 Estados norte-americanos acusam a Apple de monopolizar o mercado de smartphones, além de usar de sua posição de poder para cobrar (e lucrar mais) de consumidores, desenvolvedores e pequenas empresas. Um dos negócios mais lucrativos da big tech é a App Store, que cobra até 30% de comissão dos desenvolvedores.
O processo civil acusa a Apple de um monopólio ilegal sobre smartphones, mantido pela imposição de restrições contratuais e pela retenção de acesso crítico aos desenvolvedores.
A luta contra a posição de poder da Apple começou no governo do presidente Joe Biden, sendo que outras grandes empresas de tecnologia também estão sendo processadas pelos órgãos reguladores dos EUA, como o Google, da Alphabet, a Meta e a Amazon.com.
“Os consumidores não devem ter que pagar preços mais altos porque as empresas violam as leis antitruste”, disse o procurador-geral Merrick Garland em um comunicado. “Se não for contestada, a Apple só continuará fortalecendo seu monopólio de smartphones“.
Em sua defesa, a Apple declarou em comunicado que vai se defender contra a ação que pode “abrir um precedente perigoso”.
“Essa ação judicial ameaça quem somos e os princípios que diferenciam os produtos Apple em mercados extremamente competitivos. Se for bem-sucedido, ela prejudicará nossa capacidade de criar o tipo de tecnologia que as pessoas esperam da Apple – onde hardware, software e serviços se cruzam”, disse.
Vale lembrar que esse não é o primeiro processo antitruste que a empresa norte-americana enfrenta, que já foi alvo de investigações e ordens antitruste na Europa, Japão e Coreia do Sul, bem como de processos judiciais de rivais corporativos, como a Epic Games. No entanto, na Europa, o modelo de negócios da App Store já foi desmantelado pela nova Lei de Mercados Digitais, que entrou em vigor neste mês.