Nesta quarta-feira (20), a Brisanet, empresa nordestina prestadora de serviços de internet e entrante no segmento de telefonia móvel 5G, divulgou seu resultado financeiro em relação ao ano de 2023, onde registrou um lucro líquido de R$ 163,3 milhões, alta de 160%.
Durante conferência realizada nesta quinta-feira (21) para falar sobre o balanço financeiro, o fundador e CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, declarou que, em 2024, a empresa vai direcionar seus investimentos para o 5G e levar a tecnologia até o final do ano para 300 cidades, com uma previsão de cobrir 14 milhões de pessoas.
Até o momento, o serviço da Brisanet está presente em 70 cidades nordestinas, alcançando 5 milhões de habitantes. Somente uma capital conta com sinal 5G ativo da empresa, que é Fortaleza, mas o executivo afirma que ainda este ano outras capitais passarão a contar com o serviço. “O nosso 5G já está em construção em Natal. Vamos ter mais capitais neste ano, mas, estrategicamente, ainda não vamos anunciar”, disse o CEO da operadora.
No ano passado, a tecnologia contou com um investimento de R$ 132 milhões da Brisanet. Ao todo, os desembolsos em 5G, até dezembro de 2023, somam R$ 411 milhões. Este ano, a empresa planeja investir R$ 550 milhões na expansão da rede móvel 5G.
“Nosso backbone cobre 35 milhões de habitantes – e o 5G se beneficia disso. A Brisanet vai fazer capex apenas na torre, e não mais em backbone, o que é uma vantagem competitiva muito grande”, destacou Nogueira.
O CEO informou que a empresa quer se adiantar em relação aos compromissos definidos no edital do 5G. “Estamos fazendo [ativando rede móvel] em cidades grandes e pequenas. Quando chegar o primeiro ano do nosso compromisso [2026], estaremos dois anos adiantados”, ressaltou.
De acordo com o balanço da empresa, em fevereiro, foram ativados 10,5 mil chips móveis, com a base de clientes chegando a 34,6 mil usuários. A Brisanet tem comercializado planos pós-pagos por R$ 29,90 por mês, com o intuito de atingir consumidores de baixa renda e atrair clientes pré-pago de outras operadoras.
“Neste momento, não vamos buscar exagerar além dos R$ 30, mas mais para frente vamos buscar as classes A e B”, indicou o CEO. “A empresa quer entender, sentir mais o usuário. É um mundo novo para a Brisanet”, acrescentou.
A fibra e a FWA também estão nos planos de investimento da empresa, com planos de investir R$ 250 milhões no serviço de FTTH (fibra até a casa), aproveitando sua capilaridade de rede fixa para ofertar combos com o serviço móvel. Já em áreas em que não possui infraestrutura de banda larga, a Brisanet planeja lançar ofertas de FWA. “Nas cidades em que a Brisanet não tem fibra e já instalou torres de 5G – e neste momento está começando só com chip –, vai entrar com o FWA, em substituição à rede de fibra”, explicou Nogueira.
Resultados financeiros
Em 2023, a empresa nordestina registrou uma receita líquida de R$ 1,22 bilhão, representando uma alta de 19,76%. A margem bruta foi de 42% em 2022 para 46% no ano passado. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi dede R$ 591,6 milhões em 2023, alta de 36%.
A dívida líquida da Brisanet não teve muita alteração, ficando em R$ 745,7 milhões, e o índice de alavancagem terminou em 1,29x o EBITDA, menor que 1,7x de 2022. Já os investimentos (Capex) da companhia somaram R$ 464,1 milhões em 2023 – dos quais R$ 300 milhões em FTTH e R$ 132 milhões em 5G – comparado a R$ 857 milhões em 2022.