Na semana passada, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) submeteu à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) um novo relatório justificando a necessidade de construir uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza, conhecida como Dessal do Ceará.
Essa proposta enfrenta resistência por parte das empresas de telecomunicações que operam cabos submarinos na região, pois elas estão preocupadas com possíveis impactos nas redes que conectam o Brasil ao resto do mundo.
A Anatel recebeu o relatório da Cagece e solicitou feedback das empresas envolvidas no processo, uma vez que possuem infraestrutura de cabos submarinos que chegam até a Praia do Futuro.
As empresas em questão são Cirion, China Unicom, Claro, Telxius, Telcables e V.tal. A Anatel planeja formular uma resposta à Cagece após receber os comentários das empresas de telecomunicações sobre se as preocupações foram devidamente abordadas no relatório enviado pela companhia de água e esgoto.
A Telcomp, entidade que representa as operadoras do setor, está conduzindo um novo estudo sobre um assunto específico. Seu presidente, Luiz Henrique Barbosa, revela que este estudo está relacionado à localização de uma usina eólica.
No entanto, a Telcomp se opõe à construção da usina na Praia do Futuro, defendendo que ela seja erguida em outro local para evitar qualquer risco aos cabos de comunicação que estão instalados na região.
Enquanto isso, a realização do projeto da usina está em espera. A Cagece, responsável pelo abastecimento de água e saneamento básico no Ceará, está aguardando a aprovação da Secretaria de Patrimônio do Ministério de Gestão e Inovação para prosseguir. A unidade local dessa secretaria manifestou apoio à construção da usina, porém a decisão final sobre a autorização para a obra está nas mãos da unidade central da Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
A solicitação da Águas de Fortaleza SA para a construção da Usina de Dessalinização na Praia do Futuro ainda está sob análise pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU/MGI). A decisão sobre este assunto requer uma avaliação técnica e jurídica completa, envolvendo não apenas os departamentos do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
Devido à localização da obra em uma área com infraestrutura crítica de telecomunicações, outros órgãos e instâncias governamentais relevantes, incluindo a Anatel e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, serão consultados para garantir a compatibilidade do uso dos recursos públicos com outros empreendimentos.