Nesta quarta-feira (27), a Globo divulgou seus números financeiros referente ao ano 2023, onde registrou um lucro líquido de R$ 838,7 milhões, resultado 100% operacional, fruto de todos os negócios da empresa. Valor representa um retrocesso de 33% em relação ao R$ 1,25 bilhão de 2022, mas que foi impulsionado por ganhos não recorrentes, como a venda da gravadora Som Livre, concluída em abril daquele ano.
Os números foram apresentados pelo diretor-presidente, Paulo Marinho, em um comunicado enviado a todos os funcionários. “Foi um ano incrível, com o desempenho assegurado por uma boa performance de receitas em publicidade e conteúdo e por uma importante disciplina em custos. Os bons resultados são reflexo das escolhas sustentáveis que fazemos”, disse Manuel Belmar, diretor das áreas de finanças, infraestrutura, jurídico, produtos digitais e canais pagos da Globo.
Em 2023, a receita líquida de vendas, publicidade e serviços da Globo totalizou R$ 15,13 bilhões, um valor considerado estável em relação ao ano anterior, que foi de R$ 15,16 bilhões. A emissora enxugou seus custos e suas despesas operacionais em R$ 1,3 bilhão, 9% do total de gastos de 2022, para compensar uma pequena diminuição nas suas receitas.
“Os resultados financeiros de 2023 apontam que nossos investimentos em conteúdos, com destaque para os originais, a assertividade das diversas estratégias publicitárias e o esforço na alocação eficiente de recursos estão no caminho certo e reforçam nossa estratégia de negócio”, escreveu Marinho.
A publicidade nas receitas da empresa é um fator de grande importância, destacou o diretor-presidente. R$ 9,57 bilhões dos R$ 15,13 bilhões arrecadados vieram da propaganda, que engloba os anúncios na TV aberta, por assinatura e no streaming.
Paulo Marinho disse que “A receita de publicidade teve boa performance, tanto no linear quanto no digital. As abordagens inovadoras, principalmente na televisão aberta e no digital, representaram movimentos importantes para a manutenção dos nossos resultados, apesar das contínuas flutuações do streaming e da tendência de queda do mercado de TV paga“.
Trazendo para a receita de conteúdos, o Globoplay apresentou crescimento de 11% na base de assinantes, em um aumento de 23% na receita líquida quando comparado com 2022. Houve crescimento também no Premiere Play (80%), em relação ao ano anterior. De acordo com o balanço, a Globo faturou R$ 5,11 bilhões com receita de conteúdo, programação e assinaturas.
Apesar da queda de R$ 30 milhões em faturamento de um ano para o outro, Marinho considerou que a receita líquida se manteve estável. “Resultado bem relevante, em que o nosso portfólio foi destaque para atrair anunciantes, uma vez que [em 2023] não tivemos grandes eventos, como a Copa do Mundo”.
“A Globo recuperou os níveis pré-pandemia e igualou os ganhos de 2019 em termos reais. Importante considerar a enorme pressão inflacionária nesse período, que se aproximou de 30% no Brasil”, ressaltou Marinho.
Do ponto de vista de balanço, a Globo está confortável com um caixa que equivale a quase três vezes a dívida. O caixa, em dezembro, era de R$ 14,2 bilhões para uma dívida líquida de R$ 5,1 bilhões, o que demonstra um balanço sólido e capitalizado, disse Belmar.