Durante o Vivo Day 2024, realizado nesta terça-feira (05), em São Paulo, que ocorre seis anos depois da última edição ocorrida em 2018, em Nova York, executivo anuncia os próximos planos da Vivo, que quer ir além de uma empresa de infraestrutura de telecomunicações e expandir para outros mercados de tecnologia e serviços digitais. É o que afirma Christian Gebara, CEO da tele.
Embora comemore os números e liderança da Vivo no segmento de telefonia móvel, além de ser a detentora da maior rede de fibra da América Latina e de estar 700 municípios à frente do concorrente na implantação do 5G, Gebara diz que o futuro é digital e que a estratégia para os próximos anos será a de adicionar cada vez mais serviços para os clientes, como os de educação, financeiro, cloud, cibersegurança e energia.
Isto não é novidade, já que a operadora busca parcerias há anos com OTTs, fintechs, empresas de saúde, educação, energia, para vender e revender serviços para além das telecomunicações. Especialmente com sua base de clientes, sobre os quais a companhia tem conhecimento de hábitos e poder de compra.
Até então, a Vivo possui 13 milhões de acessos ativos, sendo que destes, 60 milhões são recorrentes e pagam fatura todo mês. “Temos o terceiro maior data lake da América Latina”, ressaltou Gebara. A quantidade de dados que a companhia tem só não é maior que a de dois bancos nacionais.
Os serviços digitais crescem 25% ao ano, numa prova que se tornar um hub de tecnologia começa a dar resultados concretos. Gebara destacou que a Vivo é hoje a maior vendedora intermediária de assinaturas de serviços de streaming do Brasil para as plataformas que aqui operam.
Para seguir sua estratégia de ser referência em serviços digitais, a Vivo tem sete verticais que deve priorizar no seu plano industrial: Fintech, Edutech, Entretenimento, Consumer Electronics, Casa Inteligente, Saúde e Bem-Estar, Energia.
O Vice-presidente de estratégia e novos Negócios da Vivo, Ricardo Hobbs, explicou que o próximo passo será ter uma oferta de saúde para PMEs. “Sabemos que 75% dos brasileiros não têm planos de saúde privados. Nossa ideia é criar serviços que atendam essas microempresas e seus funcionários“, adicionou Hobbs, sem, no entanto, dar prazo para o serviço vir a ser comercializado.
Outra aposta da operadora é setor de energia sustentável com a joint venture com a Auren Energia, e lançamento previsto ainda para o primeiro semestre.
“É uma possibilidade para nós, oferecer, através de um preço mais competitivo, energia renovável para empresas que estão abertas a essa conversa e que talvez, com o selo Vivo e Aurea, essa conversa seja ainda muito mais fácil”, pontua. “E acreditamos que o mercado, como aconteceu em vários países desenvolvidos no mundo, vai ter aberturas, inclusive até para a pessoa física”, projeta ainda.
No segmento financeiro, a Vivo também quer expandir seus negócios. A operadora planeja se tornar uma fintech de crédito por meio do Vivo Pay. A mesma solicitou ao Banco Central para se tornar uma.
Toda a diversificação nas receitas da tele vai acontecer ao longo do tempo. Gebara assumiu que está aberto a qualquer oportunidade, mas vai apostar em parcerias; joint venture ou em investimento minoritário em empresas. “Não vamos criar sozinhos, vamos fazer sempre com a participação em outros“.
“Os serviços digitais não consomem Capex, o que traz a tendência de redução dos investimentos de capital para os próximos anos”, de acordo com David Melcon, o CFO da Vivo. Ou seja, além de levar mais receitas para a operadora, colabora com a redução de investimento da Vivo para os próximos anos.