Por meio de Comunicado ao Mercado divulgado na noite desta quinta-feira (07), a Oi informou que recebeu correspondência da Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA, comunicando a redução de sua participação acionária na operadora para uma fatia inferior a 5% do capital social.
De acordo com a empresa, não foram celebrados quaisquer contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela companhia.
O assunto envolve outro comunicado feito pela Oi no mês passado, quando o fundo gerido pela Trustee DTVM passou a deter 5,14% das ações da operadoras de telecomunicações, cujo intuito era o de contribuir para melhoria na estrutura administrativa da companhia, que está em seu segundo processo de recuperação judicial.
“Trata-se de um investimento, que tem a intenção de contribuir junto a empresa, autoridades, reguladores, poder judiciário do Rio de Janeiro, credores e a estrutura administrativa da empresa, em uma ampla solução para o soerguimento” da Oi, afirmou a Trustee em carta em fevereiro.
Após o comunicado, as ações da Oi começaram a disparar, chegando a cerca de 11,81% e sendo comercializadas a R$ 1,42 e ampliando alta em fevereiro para cerca de 129%.
Com o anúncio, o mercado ficou em alvoroço pela possibilidade do empresário Nelson Tanure assumir alguma posição no conselho da telecom. O que gerou até uma declaração do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, que estava em Barcelona no MWC (Mobile World Congress), afirmando que não haveria qualquer mudança de controle da Oi sem uma anuência prévia da agência reguladora.
“Nenhum controlador pode assumir poderes dentro de uma operadora de telecom do porte da Oi sem anuência prévia da Anatel. Já aconteceu antes de acionista tentar tomar controle sem ter a anuência e foi uma bagunça dos diabos. Não podemos deixar isso acontecer“, ponderou Baigorri.
Essa foi a segunda investida do empresário na Oi. A primeira foi após o primeiro pedido de recuperação judicial da Oi, em 2016, período em que chegou a dividir o controle com a Pharol (que reunia os acionistas da antiga Portugal Telecom) e garantiu um assento no conselho à época. Mas ele reduziu a posição na companhia após a aprovação do plano de recuperação judicial em 2018.