21/11/2024

Ministério das Comunicações estuda criar linhas de crédito para fomentar TV 3.0

Ministro Juscelino Filho sinalizou que vai haver ajuda do governo, e que, inicialmente, essa demanda será levada ao BNDES e ao MDIC.

Nesta quarta-feira (03), durante o seminário sobre a TV 3.0 na sede do Ministério das Comunicações (MCom), o ministro Juscelino Filho, afirmou que estuda criar linhas de crédito aos radiodifusores para fomentar o novo padrão de televisão. A afirmação é como uma resposta para as emissoras privadas de TV, que pediram a exibição de financiamento para implantar a tecnologia.

Foto: MCom/Divulgação

O ministro sinalizou que vai haver ajuda do governo, e que, inicialmente, essa demanda será levada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

“Vamos estar lado a lado do setor buscando construir mecanismos, dialogando com os bancos públicos, vendo se de alguma forma nós conseguimos linhas de crédito ou alguma forma de ajudar o setor para que acelere a implementação”, detalhou Juscelino Filho.

Também presente no evento, o presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Márcio Novaes, defendeu o financiamento para a implementação da TV 3.0, afirmando que é um dos principais pleitos frente às mudanças a serem implementadas no projeto. “O processo irá exigir investimentos do radiodifusor e é incrível que o setor de rádio e televisão no Brasil não tenha a oportunidade e o direito de obter uma linha de crédito”, comentou Novaes.

A TV 3.0 vai conectar os canais abertos com a internet. Com isso, Juscelino Filho voltou a defender a regulação e taxação de empresas digitais, uma vez que o setor de radiodifusão e as plataformas digitais convivem em ambiente de assimetrias. “A gente sabe que o setor vem sendo duramente penalizado pelo crescimento das redes sociais, das mídias digitais, que pegou um bolo significativo das receitas da radiodifusão”, diz.

“Na radiodifusão, nós temos um setor extremamente tributado e regulado, enquanto que nas mídias digitais e nas redes sociais, é o contrário. Daí o debate hoje presente no Congresso Nacional para que a gente consiga avançar nessa regulamentação e avançar também numa possível taxação desse setor para contribuir com o país”, afirmou o ministro.

Juscelino Filho também falou que a TV 3.0 vai proporcionar oportunidades de negócios, como a publicidade interativa, o comércio eletrônico integrado, patrocínios e parcerias, além de oportunidade de oferta de conteúdo exclusivo e conteúdo “premium”.

O processo de decisão de qual será o novo padrão de TV deve ser concluído até o fim deste ano, com o início da implementação da TV 3.0 no país em 2025, de acordo com o ministro. “Não será rápido, mas semelhante ao que aconteceu com a migração para a TV Digital“, afirma.

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