Pesquisadores da Universidade de Aston, em colaboraram com o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT) no Japão e com o Nokia Bell Labs nos EUA, conseguiram alcançar uma velocidade de transferência de dados via internet de 301 terabits por segundo, ou seja, 301.000.000 megabits por segundo, utilizando uma única fibra óptica.
Essa velocidade é 4,5 milhões de vezes mais rápida do que a média da internet banda larga doméstica. Com essa transmissão de dados é possível entregar 753 filmes Blu-ray de camada dupla (50 GB) a cada segundo.
Embora esteja longe do recorde mundial, o mais importante é como os pesquisadores conseguiram atingir tal velocidade. Os pesquisadores conseguiram reunir a impressionante largura de banda em um único cabo de fibra óptica padrão usado em uma rede implantada já existente.
Utilizando fibras ópticas – pequenos tubos de vidro que carregam dados através da luz – a equipe liderada pelo Professor Wladek Forysiak e pelo Dr. Ian Phillips explorou bandas de comprimento de onda não utilizadas até então. Isso representou uma grande inovação em relação aos cabos de cobre, que não chegam perto em termos de velocidade de transmissão.
“O feito foi alcançado com a abertura de novas faixas de comprimento de onda que ainda não são utilizadas em sistemas de fibra óptica. Diferentes bandas de comprimento de onda equivalem a diferentes cores de luz transmitidas pela fibra óptica”, explica o comunicado de imprensa.
De acordo com o professor Wladek Forysiak, do Aston Institute of Photonic Technologies: “Esta conquista inovadora destaca o papel crucial do avanço da tecnologia de fibra óptica na revolução das redes de comunicação para uma transmissão de dados mais rápida e confiável”. E como resultado, o “experimento pode levar a conexões muito melhoradas para os usuários finais”.
O segredo por trás dessa velocidade extraordinária está na exploração de novas bandas espectrais, como as bandas E e S, além das comumente usadas nas bandas C e L. A equipe desenvolveu novos amplificadores ópticos e equalizadores de ganho óptico para acessar essas novas bandas. Essa abordagem permitiu uma transmissão de dados muito mais rápida e eficiente do que as tecnologias anteriores permitiam.
“Em termos gerais, os dados eram enviados através de uma fibra ótica, tal como uma ligação à Internet em casa ou no escritório. No entanto, para além das bandas C e L disponíveis no mercado, utilizámos duas bandas espectrais adicionais designadas por banda E e banda S”, explicou o Dr. Ian Phillips em um comunicado à imprensa
Até o momento, o recorde mundial de transmissão de dados pertence ao Instituto Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação do Japão, que é de 22,9 petabits por segundo, o que é aproximadamente 76 vezes mais rápido do que a conquista de 301 Tbit/s. Para isso, os pesquisadores utilizaram um cabo de 38 núcleos , cada um dos quais pode transmitir dados em três modos, totalizando 114 canais espaciais.