21/11/2024

4G no campo, fair share e 5G: metas e investimentos da TIM Brasil

Temas foram tratados pelos executivos da operadora durante a conferência de resultados realizada nesta terça-feira (07); confira!

Nesta terça-feira (07), durante a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2024, o CEO da TIM, Alberto Griselli, falou sobre a meta da companhia em expandir sua cobertura 4G (LTE) no campo. Segundo o executivo, a operadora espera cobrir até 32 milhões de hectares com sua rede até 2026. A expectativa de crescimento médio é de 27% ao ano ,uma vez que atualmente cobre 17 milhões de hectares.

Griselli explicou que essa é uma estratégia de negócios, mas também de ESG, pois a TIM quer diminuir a lacuna digital entre campo e cidades. O executivo também contou que a operadora quer alcançar sua meta de conectividade não apenas com grandes produtores rurais, mas também quer chegar nos pequenos agricultores e nas cooperativas.

Para este ano, a meta da TIM é levar sua cobertura 4G para 20 milhões de hectares. Vale lembrar que a operadora fechou recentemente o seu maior projeto no campo até o momento. O acordo foi com a BP Bunge, que quer levar conectividade para mais de 3 milhões de hectares.

A operadora também foi escolhida pela Tracan, concessionária de tratores agrícolas, para realizar a transformação digital e levar o 4G à sua propriedade localizada no município de Campina Verde (MG). A TIM deverá levar sua rede para 1,8 mil hectares da unidade e se estenderá aos maquinários e a estação meteorológica, voltada à produção de grãos.

“Queremos incrementar ainda mais a nossa produtividade com o investimento no 4G e, a médio prazo, transformar a Agropecuária da Barra numa fazenda conectada”, diz Artur Monassi, CIO da Tracan, em nota.

Fair Share

O fair share também foi outro tema debatido durante a conferência. O assunto gira em torno da contribuição da OTTs (serviços de streaming) para o investimento nas redes de telecomunicações. Griselli diz que não é um assunto tranquilo. “O tema do fair share é uso justo da rede, pois a decisão das empresas que usam as nossas redes impacta nossos planos de investimentos, o que, por sua vez, impacta a qualidade dos serviços (de rede) que oferecemos”, disse.

Já o vice-presidente de relações institucionais da TIM, Mario Girasole, afirmou que é um debate global. Deu como exemplo a recente notícia publicada pelo New York Times que a Apple está tentando comprar os direitos de transmissão da próxima Copa do Mundo, algo que pode afetar diretamente as redes das operadoras.

Vale lembrar que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está com uma consulta pública aberta até o próximo dia 15 de maio para receber as contribuições do mercado sobre o assunto para entender as demandas e opiniões dos envolvidos no tema.

Investimento 5G

Em relação à tecnologia móvel, a operadora vai ampliar o fundo de 5G com o qual investirá em nova empresa no próximo trimestre. Segundo Fabrizio Bozzetto, CSO da TIM, o aporte será feito ao mesmo tempo em que a companhia faz a captação de fundos para o desenvolvimento de atividades no 5G, o Upload Ventures.

Além da operadora, com a arrecadação de outros investidores, a TIM acredita que o Upload deve chegar a US$ 250 para investir em empresas de B2B que atuem em agronegócio, publicidade digital e infraestrutura, e que ajudem no desenvolvimento do 5G, por exemplo.

Na segunda-feira (06), a tele anunciou o investimento de US$ 7 milhões no fundo, que segundo Bozzeto, é parte de um foco planejado de US$ 50 milhões de comprometimento da TIM. Esse valor deve ser completado em até 18 meses. No entanto, é uma iniciativa de longo prazo de cinco a sete anos de desenvolvimento, com criação, desenvolvimento e saída do investimento, explica o executivo.

Infraestrutura de torres

Na conferência, o CEO também falou sobre o negócio sobre a IHS vender seus ativos. As empresas são sócias na operadora de redes neutras I-Systems. Griselli diz que a TIM não vê impacto na estratégia para o mercado de banda larga se a parceira vender sua infraestrutura no país. “Com ou sem IHS não vemos impacto nenhum no objetivo que queremos atingir“, afirma.

“Se eles decidirem vender vai ter alguém novo assumindo e nós vamos continuar a trabalhar com esse alguém novo, se isso acontecer”, declarou o executivo.

Junto com a V.tal, a I-Systems (sociedade da IHS com a TIM) fornece redes neutras para a operadora na banda larga. Nos últimos meses, o serviço tem passado por uma estagnação. “O fato é que o mercado continua desafiador e nós seguimos seletivos na expansão“, afirmou Griselli.

Quanto à venda da unidade de fibra óptica da Oi, o CEO declarou que não há novidades, e que o negócio continua sendo complexo, uma vez que envolve também o uso da rede da V.tal.

Ainda no segmento de torres, a TIM também tem se movimentado para realizar renegociação de contrato com parceiros no setor, com o objetivo de manter o parque usado atualmente, assim como para expandir a rede. “Estamos buscando melhores condições“, resumiu Griselli.

Nesse contexto, a operadora tem em curso uma estratégia para descomissionar 60% dos sites que foram adquiridos com a compra da Oi Móvel. A TIM afirma que já registrou cerca de R$ 100 milhões a menos em despesas recorrentes de arrendamento em relação há um ano com esse movimento. Entretanto, no primeiro semestre, precisou pagar R$ 27 milhões em multas por rescisão de contratos.

Os biosites é outra estratégia usada pela operadora. “A TIM encerrou o 1º trimestre com 1.858 biosites ativos em sua rede. Essas estruturas, similares a um poste comum, são uma solução para densificação da rede de acesso móvel (antenas/torres) com baixíssimo impacto visual e urbanístico, menor custo e rápida instalação“.

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