26/12/2024

Brisanet quer faixa 700 MHz e propõe assumir cobertura de rede em rodovias

Companhia regional, a Brisanet, tem interesse na faixa e anunciou uma proposta de "troca" para ter acesso.

A Brisanet, interessada na faixa de 700 MHz para sua rede de telefonia móvel, propôs assumir parte dos compromissos de cobertura em rodovias em troca de um prazo mais longo de cinco anos para usar o espectro secundariamente.

O CEO da empresa, José Roberto Nogueira, fez essa sugestão durante um evento da Associação Neo em Brasília. A faixa de 700 MHz foi liberada pela Anatel para uso secundário após a desistência da Winity.

A proposta de Nogueira visa resolver compromissos em rodovias que ficaram suspensos com a desistência da Winity, os quais incluíam fornecer cobertura 4G em 35 mil km de rodovias.

“Minha sugestão é que o 700 MHz possa ser entregue por cinco anos (em caráter secundário), e nós fazemos parte dos compromissos de rodovias que tanto se precisa. Mas não todos, porque seria impossível ter viabilidade”.

A Brisanet deseja utilizar o espectro de 700 MHz por cinco anos de forma secundária devido à incerteza sobre o uso definitivo do espectro. A empresa teme investir na construção de uma rede nessa faixa e depois ter que abandoná-la quando as regras definitivas forem estabelecidas.

A Anatel tem considerado prazos de uso secundário de três anos, porém, a Brisanet defende um período mais longo para viabilizar seus investimentos. A empresa enfatiza a necessidade de condições claras e um período mínimo de cinco anos de uso do espectro para garantir o retorno do investimento. Além disso, solicita uma nova licitação o mais rápido possível, com prioridade para empresas já operando nessa faixa de frequência.

Vitor Menezes, diretor de assuntos regulatórios da Ligga, expressou preocupação com os custos e a incerteza sobre o futuro do espectro de 700 MHz.

“Operar no 700 MHz é caro e existe insegurança porque não sabemos o que vai acontecer com o espectro depois”.

A Ligga e outras empresas solicitam um prazo mais longo para implementar serviços nessa faixa.

Vinicius Caram, representante da Anatel, indicou que um novo leilão provavelmente será realizado para definir o destino do espectro. Uma possibilidade é incluir no edital a obrigação da nova operadora assumir o espectro apenas após a liberação pelas operadoras atuais.

Outra opção seria transferir a faixa para as empresas que ficaram em segundo e terceiro lugares no último leilão, Highline e Datora, embora essa alternativa seja menos provável devido a redução das discussões com essas empresas.

Espectro 6GHz

O mercado está considerando a possibilidade de utilizar parte do espectro de 6 GHz, atualmente reservado para Wi-Fi não licenciado, para redes móveis. Vinicius Caram da Anatel argumentou que essa mudança pode ser benéfica, pois as futuras redes móveis, como o 6G e o 5,5G, precisarão de larguras de banda maiores, algo que só seria viável no espectro de 6 GHz. Estudos serão realizados para permitir que o Wi-Fi continue operando nessa faixa, enquanto atende às necessidades das redes móveis.

O superintendente mencionou que os equipamentos de Wi-Fi 6E ainda não foram amplamente adotados pelas empresas em residências. A Brisanet apoia o uso do espectro de 6 GHz para redes móveis, considerando-o crucial para as operadoras de telefonia, enquanto sugere outras faixas para o Wi-Fi doméstico, como 10 GHz e 26 GHz.

A Ligga, por outro lado, não tomou uma posição definitiva, pois vê benefícios em qualquer opção que surgir, dado seu interesse tanto em redes fixas quanto móveis.

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