Documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos relacionados uma um processo envolvendo o Alphabet e Apple em 2022 revelaram que a big tech pagou US$ 20 bilhões (mais de R$ 100 bilhões) para a fabricante do iPhone para ter o Google como buscador padrão do Safari no iPhone, iPad e Mac. A informação foi descoberta após vazamento desses documentos pela Bloomberg.
Esse acordo foi confirmado pelo vice-presidente sênior de serviços da Maçã, Eddy Cue, à justiça americana, e pode reforçar os argumentos sobre a investigação que acusa o Google de monopolizar o mercado de buscas nos EUA. A acusação colocou a empresa no banco dos réus em setembro do ano passado. As argumentações na corte devem ocorrer entre hoje (2) e amanhã (3), enquanto a decisão só deve ser anunciada no fim de 2024.
Conforme os documentos vazados, o acordo entre a Alphabet e a Apple faz com que outras opções, como Bing, Yahoo, DuckDuckGo e Ecosia, para serem usadas, devem ser escolhidas nas configurações do aplicativo pelo usuário.
O negócio entre as duas empresas será um argumento nas mãos dos advogados de acusação, uma vez que fortalece as alegações do monopólio do Google, especialmente com presença predominante dos iPhones nos Estados Unidos.
Além disso, o valor do acordo ainda revela que 17,5% da receita operacional da Maçã somente em 2020 veio da big tech. Curiosamente, o primeiro acordo entre as marcas ocorreu em 2002 e foi totalmente gratuito. Em 2021, o Google já pagava para a Apple mais de US$ 1 bilhão por mês.
Essa não é a primeira vez do Google nos tribunais norte-americano. Em dezembro de 2023, a big tech perdeu um ação contra a Epic Games, criadora de Fortnite, sob o mesmo argumento de monopólio, mas dessa vez em relação à Play Store que prejudicava desenvolvedores e viola leis antitrustes.