A Oi divulgou os resultados trimestrais do início de 2024 e um dos principais destaques está sobre a receita substancial de R$2,1 bilhões.
As receitas essenciais compuseram 72% desse montante, evidenciando sua robustez e vitalidade. As residências conectadas com FTTH retomaram seu crescimento, demonstrando uma promissora resiliência.
Houve uma redução conjunta de 13,9% nos gastos totais, fruto de medidas eficazes e diligentes. O investimento em novos projetos diminuiu expressivamente em 36,4%, revelando uma gestão prudente e criteriosa.
A operadora destaca também que a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, após intensas negociações, traz uma sensação de estabilidade e confiança renovada, solidificando a viabilidade e sustentabilidade da empresa.
Destaques das operações no Brasil no 1T24 da Oi
A Nova Oi teve uma receita líquida de R$2,2 bilhões, o que foi uma queda de 12,9% em relação ao mesmo período do ano passado e de 4,2% em relação ao trimestre anterior. Isso aconteceu principalmente devido à diminuição rápida dos serviços menos importantes, como os antigos serviços de cobre, TV via satélite e outros serviços não essenciais.
Por outro lado, os serviços principais, como Oi Fibra e Oi Soluções, representaram mais de 72% da receita total. Os gastos operacionais e de investimento também diminuíram, graças a esforços contínuos para reduzir custos e investir de forma mais eficiente, especialmente na expansão da fibra ótica.
Excluindo os custos de aluguel e seguros relacionados ao crescimento da fibra, a redução nos custos foi de 13,9% em comparação com o ano anterior.
Receita líquida da Oi Fibra
No primeiro trimestre de 2024, a Oi Fibra teve uma receita líquida de R$1,1 bilhão, mantendo-se estável em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso foi possível devido à sua grande base de clientes, com 4 milhões de casas conectadas. Embora a concorrência tenha aumentado devido ao cenário econômico desafiador em 2023, a Oi Fibra conseguiu manter sua liderança no mercado de fibra, com 26,8% de participação e uma forte presença em 300 cidades, oferecendo um serviço bem avaliado pelos clientes.
Durante este período, o número de casas conectadas aumentou ligeiramente, com 16 mil novas adições, graças à estratégia de expansão comercial implementada no ano anterior. Além disso, a Oi Fibra foi patrocinadora oficial do programa Big Brother Brasil 2024, usando isso para aumentar sua visibilidade e atingir mais clientes.
Oi Soluções
A Oi Soluções teve uma receita líquida de R$475 milhões, o que é 18,9% menor do que no ano anterior e 12,1% menor do que no trimestre anterior. Isso aconteceu porque o setor está mudando, e menos pessoas estão usando os serviços tradicionais de tecnologia de cobre.
Para ganhar mais dinheiro, a empresa está sendo mais seletiva ao negociar e focando em serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que representaram 29,3% da receita no trimestre.
Mesmo assim, as receitas de TIC também diminuíram, principalmente porque a empresa está sendo mais seletiva nas vendas e vendendo menos equipamentos, concentrando-se em áreas com maior potencial de crescimento.
O outro lado: custo e despesas
No primeiro trimestre de 2024, os custos e despesas totalizaram R$2,4 bilhões, com aumento anual de 3,1%, mas sem variação trimestral significativa. Despesas com pessoal caíram 12,8% em relação ao ano anterior, mas subiram 1,0% em relação ao trimestre anterior, devido a uma reestruturação.
Custos de interconexão aumentaram 12,3% em relação ao ano anterior, mas caíram 9,6% em relação ao trimestre anterior.
Já os gastos com serviços de terceiros diminuíram 15,6% em relação ao ano anterior e 10,5% em relação ao trimestre anterior. E os custos de manutenção da rede caíram drasticamente, enquanto os gastos com publicidade e aluguel aumentaram.
No geral, os custos e despesas da companhia tiveram uma pequena redução em comparação com o ano anterior e o trimestre anterior, devido a iniciativas de eficiência.
EBITDA – Lucro Líquido
No primeiro trimestre de 2024, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) das operações brasileiras da Oi foi de R$201 milhões, o que foi pior do que no mesmo período do ano passado e também em comparação com o trimestre anterior.
Segundo a companhia, isso aconteceu principalmente devido à queda nas receitas de serviços não essenciais, especialmente aqueles que usam tecnologia de cobre, por causa das regras que limitam sua lucratividade, e ao crescimento mais lento dos serviços de fibra óptica em 2023, afetado pelo cenário econômico e pela competição, além dos custos crescentes com a infraestrutura de fibra.
Os gastos com depreciação e amortização foram de R$238 milhões no primeiro trimestre de 2024, o que foi uma redução de 25,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior e de 57,5% em relação ao trimestre anterior.
A redução em comparação com o ano anterior foi devido à perda de valor de alguns ativos não essenciais no final de 2022 e 2023, apesar do início de um novo contrato de arrendamento para torres de telecomunicações no terceiro trimestre de 2023, após a venda desses ativos.
E em relação resultado financeiro líquido, as despesas financeiras totalizaram R$2,4 bilhões, aumentando em comparação com o ano anterior e com o trimestre anterior. Esse aumento foi causado principalmente pela variação do câmbio, com o Real se desvalorizando em relação ao Dólar, e pela obtenção de parte do financiamento DIP, o que gerou mais despesas com juros.
Investimentos e endividamento: qual o atual cenário da Oi?
O dinheiro que a empresa recebeu das suas operações foi R$341 milhões menor do que o que ela gastou. A eficiência nos investimentos compensou um pouco, mas o lucro operacional foi afetado principalmente pelos custos de manter as operações antigas e pelos gastos com a expansão da rede de fibra.
Investimentos
A Oi relata que investiu R$139 milhões. A maior parte desse dinheiro (84%) foi destinada às operações principais da empresa. Houve uma redução significativa nos investimentos, tanto em comparação com o ano anterior (36,4% menos) quanto em relação ao trimestre anterior (25% menos).
Isso aconteceu porque a empresa conseguiu ser mais eficiente ao usar seus recursos, especialmente em suas operações principais. Graças a isso, o valor dos investimentos em relação à receita foi o mais baixo já registrado pela empresa, representando apenas 6,4% da receita no primeiro trimestre de 2024.
Endividamento
No começo de 2024, a dívida total da empresa chegou a R$27,5 bilhões, aumentando em relação ao ano passado e ao trimestre anterior. Isso aconteceu principalmente porque a empresa pegou um empréstimo chamado DIP e acumulou juros das dívidas que são pagas com mais dívida, chamadas de PIK. A maior parte dessa dívida está em moeda estrangeira.
A quantidade de dinheiro que a empresa tinha em caixa diminuiu um pouco no primeiro trimestre de 2024, ficando em R$2,1 bilhões. Mas ela teve um saldo positivo de R$93 milhões em dinheiro disponível, em parte devido a prazos maiores para pagar fornecedores durante as negociações para reestruturar a empresa.
Os aluguéis das torres usadas nos serviços da empresa e os contratos de satélite para a TV DTH ficaram estáveis em relação ao trimestre anterior. A empresa também usou menos dinheiro reservado para despesas legais e taxas, principalmente porque houve menos pedidos de devolução de dinheiro no período.
A empresa teve um saldo positivo de R$22 milhões em operações que não são consideradas centrais para o seu negócio, principalmente devido à venda de ativos como o UPI Data Center. E suas operações financeiras geraram um saldo positivo de R$544 milhões, em parte devido ao empréstimo DIP, mesmo tendo que pagar juros desse empréstimo.