Um relatório da Sherlock Communications investigou o comportamento e as percepções de 3.444 usuários de internet em seis países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. No Brasil, especificamente, participaram da pesquisa 859 pessoas.
Os resultados mostraram que os brasileiros estão bastante preocupados com a possibilidade de serem monitorados pela internet e por seus dispositivos eletrônicos. Essa preocupação com a privacidade online é agravada pela falta de entendimento abrangente sobre como os dados são utilizados na rede.
Como consequência, muitos brasileiros estão mudando a forma como interagem com computadores e celulares, adotando comportamentos mais cautelosos ao usar a internet e seus dispositivos digitais:
Acreditam que dispositivos eletrônicos estão ouvindo suas conversas
- 69% das pessoas têm a convicção de que seus dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e assistentes virtuais, estão captando e escutando as conversas que elas têm no dia a dia.
Receio de ter seus movimentos rastreados
- 42% das pessoas estão preocupadas com a possibilidade de seus telefones ou outros dispositivos eletrônicos monitorarem e registrarem seus movimentos, ou seja, rastrearem sua localização e atividades, sem que tenham dado permissão para isso.
Temor de monitoramento de conversas privadas
- 41% das pessoas têm medo de que seus dispositivos eletrônicos pessoais, como smartphones e tablets, possam estar monitorando e escutando suas conversas privadas sem o seu consentimento.
Preocupação com roubo de identidade
- 46% das pessoas estão preocupadas com a possibilidade de roubo de identidade. Por conta disso, elas tendem a restringir a quantidade de informações pessoais que compartilham online, buscando proteger-se contra possíveis fraudes e usos indevidos de suas informações.
De acordo com a pesquisa, apenas 5% dos brasileiros não se preocupam com o uso de seus dados pessoais por sites e plataformas. Para evitar problemas, 3% fornecem informações falsas em sites de comércio eletrônico, prevenindo o compartilhamento ou vazamento indevido de dados.
17% dos brasileiros estão dispostos a compartilhar dados pessoais para melhorar sua experiência online, enquanto 21% evitam fornecê-los mesmo se isso resultar em benefícios como recomendações personalizadas. A maioria (67%) acha difícil encontrar informações sobre proteção de dados nos sites que utilizam, sugerindo que mais clareza poderia aumentar a disposição para compartilhar informações pessoais.
Já 64% dos internautas consideram as informações sobre proteção de dados confusas. Além disso, 63% dos brasileiros veem a IA como um aumento no risco de fraudes, enquanto 67% acreditam que ela será usada para criar notícias falsas mais convincentes.
A pesquisa também revelou que muitas pessoas enfrentam problemas com telemarketing:
- 43% recebem chamadas de números desconhecidos sem resposta quando atendem;
- 39% recebem mensagens de texto de remetentes desconhecidos com links para clicar.
Essas experiências influenciam o comportamento online e o uso de dispositivos:
- 55% não atendem chamadas de números não identificados;
- 31% mantêm o telefone no modo silencioso para evitar chamadas indesejadas.
Além disso:
- 87% evitam clicar em links de e-mails e mensagens não solicitadas;
- 49% só compartilham dados pessoais se confiarem na segurança e uso responsável pela empresa.