18/06/2024

Ligga quer expandir seu serviço 5G por meio de modelo de parceria com ISPs

Por meio de parcerias, a empresa espera atender às obrigações previstas no edital do 5G, que permite que sejam cumpridas por terceiros.

Nesta quarta-feira (12), durante o Encontro Nacional Abrint 2024, a Ligga Telecom anunciou que seus planos para expandir a infraestrutura 5G e ofertar o serviço móvel junto a tecnologia FWA em todos os territórios nos quais detém frequência da rede de última geração. Ou seja, na região Norte e nos estados de São Paulo e Paraná. A empresa falou sobre um modelo de parcerias com os provedores de serviços de internet (ISPs).

Rafael Marquez, CRO da Ligga, em conversa com o Teletime, informou que a operação no Norte será por meio de parceiros, onde irá passar o direito de uso do espectro em troca do cumprimento das obrigações regulatórias de cobertura e revenue share. “Nós atuamos como um viabilizador do modelo de exploração dos parceiros“, resumiu Marquez.

No evento, foi explicado que o modelo já começou na região pelo “Amazônia 5G”, mas que será estendido para os territórios paulista e paranaense. No caso, a Ligga Telecom vai disponibilizar a sua rede a duas empresas autorizadas chamadas “ISP Telecom”, uma ficará responsável pela operadora no Norte e a outra nos outros dois estados. Elas poderão credenciar ISPs para atuar como MVNOs.

No momento, o projeto já conta com cerca de 50 provedores participantes. No entanto, a Ligga Telecom destaca que eles não irão lançar planos de telefonia móvel. Os prestadores podem se associar a ISP Telecom para disponibilizar infraestrutura, colaborando com a expansão da rede da operadora e com o cumprimento das obrigações previstas no edital do 5G.

Conforme as obrigações, a Ligga precisa instalar mais de 900 estações rádio base (ERBs) e ativar o 5G em várias cidades com menos de 30 mil habitantes até 2026: 313 municípios na região Norte, 360 no Paraná e 464 em São Paulo.

O diretor de Assuntos Regulatórios e Institucionais da Ligga, Vitor Menezes, contou que o modelo foi criado com base em uma permissão regulatória prevista pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), onde as obrigações previstas no edital 5G podem ser cumpridas por meio de terceiros.

“Nesse modelo, nós garantimos o atendimento das metas da Anatel e ao mesmo tempo ajudamos os provedores regionais da região Norte a entrarem no mercado móvel, ganhando um diferencial competitivo e reduzindo o churn, além de novas receitas”, diz Menezes.

“Estabelecer uma operação desse porte do zero vai levar muito tempo para alcançar o mercado. Por isso, acreditamos muito em parcerias e que os provedores que já estão lá possam fazer essa ativação do 5G”, ressaltou. “As obrigações só começam em 2026, mas tenho a expectativa de que vamos fazer boa parte delas antes. O ISP não vai querer esperar dois anos [para ter o serviço celular]”, acrescentou.

Segundo Menezes, o modelo de MVNO da Ligga será diferente do tradicional do mercado, sem se basear em pacote de minutos e de megabits. “A nossa ideia é que seja um modelo de colaboração. O que a gente quer é dar flexibilidade para eles (ISPs) não ficarem só na compra de dados no atacado“, diz o executivo.

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