A Anatel e o governo federal estão considerando a integração do projeto Norte Conectado a um corredor óptico que atravessaria a América do Sul, conectando Brasil, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa ou Praia do Futuro à Europa.
Segundo Sidney Azeredo, assessor da superintendência de outorga e recursos às prestação, essa interconexão internacional das infovias proporcionaria redundância e resiliência à rede na Amazônia e criaria uma saída internacional de dados pelo Pacífico.
A ideia está em fase inicial e depende da conclusão das infovias do projeto Norte Conectado. Após isso, será possível conectar a rede óptica subfluvial ao Peru, via Letícia, na Colômbia, onde já existe um cabo subfluvial óptico vindo do Peru. Essa informação foi divulgada em uma coletiva de imprensa pela EAF – Siga Antenado, entidade criada pelas operadoras de telefonia móvel para cumprir as exigências do leilão 5G.
O projeto Norte Conectado também está considerando duas novas rotas internacionais através do Atlântico. Uma delas é via Guiana, onde o Brasil tem um acordo para ligar Roraima a Georgetown, dependendo da infraestrutura viária entregue pelo país vizinho.
Outra possibilidade é conectar o Amapá à Guiana Francesa, utilizando o ramal da Ellalink em construção até a Praia do Futuro, no Ceará. Além disso, está sendo estudada a ligação de Tabatinga a Leticia, na Colômbia, e de lá ao Peru, criando um corredor óptico intercontinental que se estenderia até o Pacífico.
“Temos a possibilidade de abrir três interconexões internacionais. Do lado Oeste, ligando Tabatinga a Leticia, na , Colômbia, de lá ao Peru. Outra possibilidade é com a infovia 04, que chega a Boa Vista, e de lá seguir para a Guiana. Já houve conversas iniciais neste sentido. Do lado da Guiana precisa de asfaltamento da rodovia. E por último, tem possibilidade do Amapá com a Guiana Francesa. São possibilidades que surgirão após a conclusão do projeto [Norte Conectado]. A ideia é fazer um corredor de transporte óptico intercontinental, saindo para o Pacifico pelo Peru, e saindo pelo Atlântico”.
Atualmente, existem outros corredores ópticos na região, mas este projeto proposto seria o primeiro a ter um foco comercial específico, se for realizado. O Brasil faz parte da RedClara, uma rede de pesquisa que conecta diversos países da América Latina (como Uruguai, Argentina, Chile, Equador e Colômbia) com a América Central, América do Norte, Europa e África. A RedClara é uma infraestrutura importante para promover a colaboração e o intercâmbio de dados entre os países participantes.